Setor aéreo reclama de prazo para implantar medidas de segurança

Por Mary Schlangenstein e Alan Levin.

As empresas aéreas e os aeroportos internacionais terão dificuldades para cumprir os prazos de implementação dos novos e amplos requisitos de segurança dos voos para os EUA, afirmam associações e consultores do setor.

Os aeroportos têm um cronograma apertado para cumprir algumas ordens emitidas pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA (DHS, na sigla em inglês) na quarta-feira, segundo memorando da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) para suas integrantes. Parte da tecnologia, e até mesmo os cães farejadores de bombas exigidos pelas medidas, não estarão prontamente disponíveis em cada um dos 280 aeroportos afetados.

“Conseguir o equipamento certo é uma coisa — sejam cães ou máquinas de raios-X. Treinar pessoal de apoio é outra”, disse Michael O’Neil, CEO da MSA Security, que oferece segurança, treinamento e outros serviços. “Depois, está a questão dos custos. Nada disso é barato. E quem se responsabiliza?”

Segundo ele, o DHS não detalhou se os custos das atualizações devem ser pagos por companhias aéreas, aeroportos ou governos.

O endurecimento dos padrões de segurança é uma resposta às informações de inteligência que mostram que grupos terroristas sofisticaram seu conhecimento sobre fabricação de bombas e podem conseguir esconder explosivos em laptops ou em outros aparelhos eletrônicos. Entre as medidas está um escaneamento melhor dos aparelhos eletrônicos, um controle mais completo dos passageiros, o aumento do uso de cães farejadores de bombas e medidas para mitigar a ameaça potencial representada por ataques internos, disse o secretário do DHS, John Kelly, na quarta-feira.

Os novos procedimentos, que estão sendo implementados para evitar a proibição definitiva de aparelhos eletrônicos pessoais grandes nas cabines dos aviões, abrangem uma média de 2.100 voos por dia e atingem 325.000 passageiros, informou o DHS. Os aeroportos que não conseguirem cumprir os novos requisitos no prazo podem ter que forçar os passageiros a desistirem de usar seus aparelhos eletrônicos, do contrário os voos para os EUA podem vir a ser totalmente proibidos, disse Kelly.

Os equipamentos de detecção de traços de explosivos exigidos pelas novas medidas não estão prontamente disponíveis em grande escala, disseram os consultores. O mesmo vale para os cães que detectam bombas, disse O’Neil, que administra o maior programa de cães farejadores de bombas da América do Norte.

“Acreditamos que o desenvolvimento dessa norma de segurança deveria ter sido submetido a um grau maior de colaboração e coordenação para evitar os distúrbios operacionais significativos e as consequências desnecessariamente frustrantes para o público viajante que a norma provavelmente provocará”, disse Nicolas Calio, presidente da associação Airlines for America, em comunicado.

As empresas aéreas tiveram muitas oportunidades de discutir as medidas em várias reuniões com autoridades dos EUA e a grande maioria dos aeroportos não deveria ter problemas para cumprir os novos requisitos, segundo o DHS.

“Isto é uma resposta ao risco apresentado pelos terroristas à aviação comercial”, disse David Lapan, porta-voz do DHS. “Estamos enfrentando uma ameaça que está em fase de evolução e as medidas não são uniformizadas, e sim pensadas para ampliar a segurança básica da aviação em todo o mundo.”

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