Setor de petróleo inicia retomada com o dobro de projetos

Por Rakteem Katakey.

A indústria do petróleo deixará para trás os efeitos da maior crise em uma geração neste ano, mais do que dobrando as aprovações de projetos e ampliando o gasto com exploração pela primeira vez em três anos, segundo a Wood Mackenzie.

As empresas darão sinal verde para o desenvolvimento de mais de 20 campos de petróleo e gás, contra nove em 2016, informou a consultoria especializada no setor, com sede em Edimburgo, na Escócia, em um relatório na quarta-feira. As empresas de exploração, lideradas pelas operadoras de xisto dos EUA, ampliarão em 3 por cento os investimentos em exploração em projetos petrolíferos novos ou já em desenvolvimento, para US$ 450 bilhões, após dois anos de cortes.

A perspectiva está melhorando após uma crise de dois anos e meio que levou algumas empresas à falência e forçou as sobreviventes a reduzir os gastos em bilhões de dólares e a engavetar projetos e que também gerou impacto nos lucros. As produtoras também renegociaram contratos para pressionar fornecedores e reduzir custos. Esses fatores e o aumento dos preços do petróleo desde a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em 30 de novembro, de reduzir a produção estão ajudando o setor a se recuperar.

“Estávamos passando por um ciclo e acreditamos que estamos saindo desse ciclo”, disse Malcolm Dickson, analista principal da Wood Mackenzie. “Estamos cautelosamente otimistas.”

Cerca de um terço dos campos de petróleo e gás que provavelmente avançarão neste ano estarão localizados em águas profundas, disse ele. Normalmente esses campos são os mais caros de desenvolver. As empresas conseguiram reduzir o custo de alguns projetos da parte americana do Golfo do México para torná-los rentáveis com os preços do petróleo acima de US$ 40 o barril, disse Dickson.

O projeto Liza, da Exxon Mobil, na Guiana, o Kaikias, da Royal Dutch Shell, nas águas profundas do Golfo do México, e o Sépia, da Petrobras, no Brasil, são prováveis candidatos a decisões finais de investimento em 2017, disse ele.

Após 2017 ainda haverá muitos projetos com custos de equilíbrio superiores a US$ 60 por barril. Dos 40 maiores projetos de águas profundas que avançam rumo à aprovação, cerca de metade têm taxa de retorno de menos de 15 por cento com o petróleo a US$ 60, segundo a Wood Mackenzie.

Os investimentos estão aumentando mais rapidamente nos EUA, onde as operadoras podem responder com agilidade aos preços mais elevados do petróleo. Os investimentos em projetos em terra nos EUA deverão crescer 23 por cento, para US$ 61 bilhões, segundo o relatório. Em boa parte do mundo fora dos EUA, inclusive na parte britânica do Mar do Norte, o investimento em exploração provavelmente cairá, disse Dickson.

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