Por Alexander Weber.
O setor financeiro da Europa faz maior pressão para que empresas forneçam os dados necessários para ampliar investimentos ambientalmente responsáveis.
Bancos e gestoras de ativos querem que a Comissão Europeia obrigue as empresas a divulgarem mais dados sobre riscos relacionados à sustentabilidade, de acordo com respostas enviadas ao braço executivo da União Europeia. Associações do setor, que representam segmentos importantes da economia da região, se opõem à ideia para evitar novos custos.
A questão emerge como uma nova frente nas medidas da UE para regular o mercado de investimentos verdes e fazer com que o setor financeiro lide com riscos relacionados ao clima. A principal iniciativa da UE tem como objetivo decidir que tipo de investimento pode ser definido como sustentável, mas há uma ampla percepção de que o plano não funcionará sem uma ideia mais clara do que as empresas têm feito.
Gestores de ativos e investidores institucionais só poderão tomar decisões de investimento adequadamente se as informações de sustentabilidade “estiverem prontamente disponíveis e comparáveis entre diferentes empresas e setores”, disse a Associação Alemã de Fundos de Investimento em resposta a uma consulta da UE encerrada na semana passada.
Embora o principal lobby do setor bancário da Europa tenha pedido mais dados de pequenas e médias empresas – a grande maioria das empresas da UE -, representantes do segmento são contra exigências mais rigorosas.
Regras mais rígidas “mais uma vez criariam custos adicionais para as PMEs, que geralmente não têm a experiência necessária para cumprir esses tipos de obrigações de divulgação dentro da própria empresa, mas teriam que pagar consultores externos”, de acordo com a SMEunited, que representa 24 milhões de pequenas empresas em toda a Europa.
A comissão tem várias opções sobre a mesa para uma revisão das regras de divulgação que podem ser lançadas este ano. A UE poderia adotar uma abordagem não vinculante para fazer com que as empresas divulguem mais dados ou pode impor demandas significativamente mais duras.
A Schroders também apelou à UE para evitar a fragmentação por meio de um padrão internacional ou tornando diferentes estruturas internacionalmente compatíveis.