SFTR deve exigir cinco vezes mais relatórios do que negociações

Este artigo foi escrito por Manesh Samtani da Regulation Asia. Foi licenciado pela Bloomberg.

Um novo documento destaca o impacto das obrigações de relatórios comerciais sobre o financiamento de ativos no setor, incluindo o fornecimento de colaterais, liquidez e operações.

O DTCC (Depository Trust & Clearing Corporation) publicou um novo documento revelando que o SFTR (Securities Financing Transactions Regulation) pode criar cinco vezes mais relatórios do que negociações quando a regulamentação entrar em vigor no início de 2020.

O SFTR faz parte da abordagem da União Europeia para o cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo FSB (Financial Stability Board) para aumentar transparência no uso de empréstimos e operações compromissadas (as chamadas ‘repos’). A regulamentação exigirá que as empresas reportem suas transações de financiamento de ativos a um repositório de transações autorizado registrado pela ESMA (European Securities and Markets Authority).

Enquanto algumas empresas já começaram a se preparar para a implementação na Europa, dada a natureza global dos requisitos, outras jurisdições, incluindo as asiáticas, podem implementar mandatos semelhantes para atender aos objetivos do FSB.

Quer saber como se enquadrar no SFTR?
Conecte-se com um de nossos especialistas

O novo documento destaca que o SFTR provavelmente impactará significativamente os modelos de reservas comerciais e afetará 60% dos processos atuais, resultando na necessidade de elaborar novos processos. Não obstante, o novo regime pode criar alterações nas fontes de fornecimento de colaterais no mercado e o setor deverá fazer provisões para garantir que tais consequências não intencionais não acabem afetando o fornecimento de colaterais e liquidez.

“Este documento destaca o impacto significativo que a implementação do SFTR terá no setor financeiro”, disse Val Wotton, diretor administrativo de desenvolvimento e estratégia de produtos, gestão de derivativos e colaterais do DTCC. “Enquanto o SFTR será implementado aos poucos em 2020, os participantes do mercado devem agir imediatamente para estarem prontos para a efetivação e evitar problemas relacionados a volumes de relatórios comerciais, liquidez e fornecimento de colaterais”.

Com base na experiência com o EMIR (European Market Infrastructure Regulation), o SFTR deverá gerar um número significativo de quebras de reconciliação. Para garantir diligência, os participantes do mercado devem trabalhar para desenvolver uma estratégia que gerencie estas quebras de reconciliação, garantindo que processos eficientes de gestão de dados sejam adequadamente revisados, diz o documento.

Também recomenda que as empresas avaliem o impacto de maiores níveis de divulgação exigidos pelo SFTR, principalmente em relação a negócios de agentes lenders e prime brokers. As divulgações de agentes lenders podem não ser mais adequadas ao objetivo, enquanto os hedge funds que utilizam prime brokers podem ser obrigados a fornecer divulgações de wholesale aos reguladores, diz o documento.

Além disso, dado que o setor de financiamento de ativos possui níveis muito mais altos de processos manuais do que outras áreas de produtos, as empresas devem garantir maiores níveis de automação nas funções de negociação e operações, a fim de gerenciar o aumento de volume previsto.

Agende uma demo.