Shortear (Vender) ações brasileiras em dobro é a melhor aposta em ETFs este ano

Por Julia Leite e Andressa Lelli.

A melhor aposta de ETF este ano foi dobrar a aposta no Brasil.

O ETF ProShares UltraShort MSCI Brazil Capped, que faz um investimento alavancado em ações brasileiras que basicamente dobra a aposta, está apresentando o melhor desempenho entre os 1.200 ETFs dos EUA acompanhados pela Bloomberg este ano. Seu ganho de 82 por cento é quase duas vezes superior ao retorno do segundo melhor ETF, outro fundo alavancado que lucra quando as ações de energia dos EUA caem.
 

10-5-2015 3-26-55 PM

 
A negociação de ações brasileiras foi especialmente lucrativa este ano, uma vez que a derrubada da renda variável foi exacerbada pela queda de 32 por cento do real, o que fez dele a moeda de pior desempenho dos mercados emergentes. Os ativos do país são vendidos em meio a um escândalo de corrupção na estatal de petróleo, uma recessão econômica mais grave do que se esperava e a falha do governo em controlar as contas fiscais. A deterioração das finanças da nação rendeu três rebaixamentos nos últimos 18 meses. O mais recente, da Standard & Poor’s, custou ao Brasil seu grau de investimento.

“Existe um risco monetário muito grande, que tem impacto direto sobre as empresas listadas na bolsa”, afirmou Jason Vieira, economista-chefe do Infinity Asset Management, que administra 200 milhões de reais (52,2 milhões de dólares) de investimentos.

O MSCI Brazil 25-50 Price USD Index, o parâmetro subjacente do ProShares ETF, caiu todos os anos desde 2011, quando a Presidente Dilma Rousseff iniciou seu primeiro mandato. Este ano, ele despencou 35 por cento, enquanto o índice de ações Ibovespa despencou 34 por cento em dólar.

Em 9 de setembro, a S&P rebaixou o Brasil para BB+, um nível abaixo do grau de investimento, com uma perspectiva negativa, depois que o governo apresentou um orçamento para 2016 com déficit de 0,5 por cento do PIB apenas semanas após revisar sua meta de superávit inicial. O rebaixamento fez com que a Presidente Dilma acelerasse medidas para suprir as lacunas e, na segunda-feira, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciaram um plano de austeridade no total de 65 bilhões de reais.

A Moody’s Investors Service, que classificou o Brasil no nível mais baixo de grau de investimento, disse que as medidas eram um desenvolvimento positivo, mas considerou as metas do país modestas.

“Certamente, a perspectiva negativa é um problema adicional”, comentou Vieira do Infinity Asset Management. “O governo está anunciando mais da mesma coisa. Isso precisa ser colocado em prática e até agora não vimos nada acontecer.”

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