Este artigo foi escrito por Michael Briody, Especialista em Mercados de Tesouraria Corporativa da Bloomberg.
O crescimento das empresas e a abertura de novos escritórios em todo o mundo, apresentam um desafio inusitado. Equipes de tesouraria já encarregadas das mais variadas responsabilidades têm recebido um novo desafio: aprender a administrar o aumento de exposição em moeda estrangeira e cobrir o risco cambial enquanto a empresa se desenvolve em diferentes locais. No entanto, gerenciar as crescentes exposições a risco cambial ao lidar com diversas moedas, processos exclusivos e diferentes grupos de tesouraria é um esforço complexo.
À medida que empresas se tornam cada vez mais globais, não é incomum que tais atividades de câmbio continuem acontecendo em silos, uma vez que cada subsidiária da filial opera com seus próprios processos, geralmente obsoletos e manuais. Enquanto as empresas tentam acompanhar o ritmo do crescimento na organização, a automação fica para trás e é desvalorizada, aumentando o risco de negociações fraudulentas e, potencialmente, criando um ambiente de trading que acaba pagando spreads.
Soluções para simplificar processos e aumentar a eficiência da tesouraria corporativa
Com o aumento das demandas internas por maior sinergia e transparência entre subsidiárias, as empresas passaram a se concentrar, cada vez mais, na simplificação das operações de tesouraria. Quando se trata de negociações entre diferentes filiais, centralizar a atividade de tesouraria de forma nacional ou global é um primeiro passo imperativo para maior eficiência.
O processo de centralização da atividade de negociação em um único local e a implementação de uma nova solução de tecnologia interna pode parecer assustador e caro, mas os benefícios são substanciais.
As empresas podem obter uma vantagem competitiva significativa ao encontrar uma única plataforma de tecnologia que ofereça às suas filiais a capacidade de enviar ordens de trading eletronicamente para um local centralizado. Desta forma, tesoureiros de toda a organização podem economizar tempo, priorizar responsabilidades de maior valor e economizar custos.
Também é importante que os sistemas de gestão de tesouraria cubram todo o workflow de FX, da previsão à negociação, passando pela gestão de riscos e exposições, e permitindo a negociação com contrapartes bancárias distintas. Desta forma, as empresas podem explicar seus processos de negociação, entender melhor o que está movimentando os mercados e ajudar a identificar a melhor execução.
Recentemente, a tesouraria de câmbio da Shell implementou um serviço que conecta suas subsidiárias globalmente e permite toda a negociação centralizada de FX. “A Shell utiliza a execução eletrônica FXGO da Bloomberg há muitos anos. Juntos, construímos uma solução que cria um workflow eletrônico de FX de ponta a ponta, fácil e rápido, com uma trilha confiável de auditoria de pedidos,” disse Tod Van Name, diretor global de FX Electronic Trading da Bloomberg. Este tipo de plataforma de negociação subsidiária pode ser utilizada em corporações de diferentes tamanhos.
Ao adotar medidas proativas para simplificar operações de tesouraria em diferentes subsidiárias, as empresas podem se beneficiar de economias de custo significativas, ao compensar exposições em vários locais, independente do tamanho da empresa. Além disso, os departamentos financeiros economizam tempo para as tesourarias das subsidiárias e ajudam a criar procedimentos mais consistentes em toda a organização, aumentando a eficiência e a transparência em todo o negócio.
Artigo publicado originalmente em abril de 2019