A posição comprada em cobre e vendida em minério de ferro pode ser uma das melhores apostas do mercado de commodities neste ano. Ambos são matérias-primas de produtos de consumo e infraestrutura, mas tiveram trajetórias bastante distintas em 2017, com alta para o metal vermelho e queda para o principal insumo do aço.
O contrato de cobre para entrega em três meses rompeu a barreira de US$ 7.000 por tonelada na Bolsa de Metais de Londres e chegou ao maior preço desde 2014. A valorização neste ano chega a 29 por cento, embalada pelo crescimento global, por paralisações nas minas e expectativas de escassez de oferta. Outro fator favorável é o encanto com os veículos elétricos.
No caso do minério de ferro, a situação é oposta. O minério à vista com teor de 62 por cento de ferro sofreu queda de 20 por cento após ter chegado à faixa de US$ 50 por tonelada. O produto tem sido prejudicado pelo aumento persistente da oferta de baixo custo e por temores em relação à demanda, ainda que a China esteja comprando quantidades recordes.
A divergência influencia o desempenho das ações das mineradoras. Os papéis da Freeport-McMoRan, maior produtora mundial de cobre com capital aberto, subiram 16 por cento neste ano. Já as ações da Fortescue Metals Group, terceira maior em minério de ferro da Austrália, sofreram queda de 16 por cento.
Investidores chineses e produtores exaltam as perspectivas favoráveis para o cobre. Neste mês, o presidente da MMG, Jerry Jiao, afirmou ao público de um evento em Melbourne que o setor de mineração atualmente não é capaz de atender à demanda crescente da China.