Small caps mostram resiliência mesmo após alta de 50% em 2017

Por Taís Fuoco e Felipe Saturnino.

O índice das small caps acumulou uma alta de quase 50% no ano passado, ante os 27% do Ibovespa, segundo dados compilados pela Bloomberg. Mesmo assim, alguns analistas avaliam que esses papéis estão baratos e enxergam bom potencial de alta para alguns.

“O mercado antecipou bastante uma retomada de economia que ainda não veio”, disse Marcos Peixoto, chefe da unidade de gestão da XP Investimentos, em entrevista, para explicar a alta.

Para os analistas do Bradesco BBI, no entanto, as small caps brasileiras “estão baratas”, sendo negociadas com um dos maiores descontos em relação ao MSCI Brazil desde 2010, segundo relatório assinado por Marina Valle e André Carvalho.

O Bradesco BBI incluiu as small caps, inclusive, nos seus principais temas de investimento em ações brasileiras para 2018, de acordo com o relatório. De qualquer forma, o banco recomenda seletividade entre as ações desse índice, e indica na sua lista de preferências Banco ABC, AES Tietê, Copasa, Duratex, Iochpe, MRV e Tenda.

A perspectiva de crescimento para 2018 continua, segundo Rafael Passos, analista da Guide Investimentos. “As small caps têm forte correlação com o mercado local e, como a Focus projeta um PIB ao redor de 3%, o cenário ainda é positivo para os players locais”, afirmou.

O único risco para esses papéis é o político, segundo ele. “Elas são ações mais voláteis, por isso o risco político pelas eleições pode afetar, mas a tendência segue de crescimento”, segundo Passos. O que deve puxar a recuperação é a alavancagem operacional com a atividade econômica mais forte, sem necessariamente mais investimentos, e com a taxa básica de juros em patamares mais confortáveis, disse ele.

“Com cenário eleitoral mais claro e a migração de opções [na fase de retomada], as pessoas tendem a preferir as small caps, que dependem desse ciclo interno arrumado”, disse Vitor Mizumoto, analista da Eleven Financial Research.

Ele cita a Valid como case de sucesso entre small caps. “É uma ação promissora, mas destoa um pouco das outras pois não depende tanto do ciclo interno: é ligada ao Brasil, mas também à América Latina e aos EUA, para onde quer expandir as suas operações de documentação”, disse.

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