Por Peter Elstrom e Pavel Alpeyev.
Quando Masayoshi Son era criança em Kyushu, uma ilha no sul do Japão, ele escrevia em um bloco as novas invenções que esperava criar um dia. Hoje, o fundador da SoftBank tem quase US$ 100 bilhões para investir próxima grande realização.
A SoftBank Group de Son concluiu a primeira rodada de um fundo de investimentos planejado de US$ 100 bilhões, com dinheiro levantado da Arábia Saudita, Abu Dabi, Apple e Qualcomm. O Vision Fund dá ao homem de 59 anos acesso a um capital sem comparação no mundo do private equity ou do capital de risco – o equivalente a quatro Silver Lake ou quinze Sequoia Capital.
Son não gosta de eufemismos. Ele disse sem ironia que tem um plano de 300 anos para a SoftBank e visa construir a empresa mais valiosa do mundo. Com o Vision Fund, Son promete se tornar o maior investidor em tecnologia daqui a 10 anos, apostando no futuro da inteligência artificial, dispositivos conectados, satélites e na integração de computadores e humanos. De fato, em abril, ele liderou o investimento de US$ 5,5 bilhões na chinesa Didi Chuxing, o maior financiamento com capital de risco já registrado.
“Observamos um big bang com os PC, observamos um big bang na internet”, disse Son em uma conferência com acionistas. “Eu acredito que o próximo big bang será ainda maior. Para estarmos prontos, precisamos montar as bases e essas bases são o SoftBank Vision Fund.”
Excesso de capital
O megafundo de Son colocará uma quantidade sem precedente de dinheiro em setores já vistos como supercapitalizados. Os retornos do private equity caíram muito nos últimos anos porque há muito dinheiro para muito poucas transações. O capital de risco enfrenta problemas similares.
As empresas de private equity têm recordes de caixa. A quantidade de dinheiro sem gastar atingiu US$ 820 bilhões no fim de 2016, frente a US$ 755 bilhões um ano antes, segundo a empresa de pesquisa Preqin. O total para o capital de risco alcançou US$ 142 bilhões, em comparação com US$ 127 bilhões no fim de 2015.
“Este não será um fundo típico”, disse Son em fevereiro. “A maioria dos nossos investimentos oscilará entre 20 por cento e 40 por cento, então seremos o maior acionista e membro dos conselhos, em posição para discutirmos estratégias com os fundadores.”
Son exercerá uma influência incomum. Ele será o único chamado “homem-chave” no fundo, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. Fundos de investimentos costumam ter várias pessoas com esse título, o que dá aos sócios de responsabilidade limitada a opção de se retirarem do fundo se um desses homens-chave sair.
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