Soja brasileira não dá espaço para carga dos EUA em porto chinês

Dois navios carregados de soja dos EUA estão parados perto de um porto no norte da China porque o congestionamento está atrasando o descarregamento das primeiras cargas que serão afetadas pelo imposto adicional de importação de 25 por cento.

O Star Jennifer, que transporta cerca de 69.000 toneladas de soja da região do Pacífico dos EUA, está à espera perto de Dalian desde a noite de terça-feira, horário local, segundo dados da Bloomberg. O Peak Pegasus tem navegado em círculos perto do porto desde 6 de julho, depois de ter perdido a corrida para evitar as tarifas que foram impostas naquele dia, segundo os dados.

O descarregamento foi atrasado devido à pouca disponibilidade de armazenamento nos portos e à fraca demanda na cadeia de abastecimento, porque as usinas não estão conseguindo processar um enorme volume de importações provenientes do Brasil, segundo Xie Huilan, analista do portal do setor Cofeed.com. Cinco remessas estão em fila em Dalian, disse ela, citando dados do Cofeed. O porto de Rizhao, em Shandong, também já havia sofrido atrasos depois que algumas usinas suspenderam as operações devido à demanda fraca na cadeia de abastecimento, disse ela.

A China importou 8,7 milhões de toneladas de soja no mês passado e 9,69 milhões de toneladas em maio, o segundo maior volume de todos os tempos, segundo dados da alfândega. Embora a agência não tenha fornecido detalhes sobre os países de origem da oleaginosa, o total das importações no primeiro semestre está em linha com o do ano passado. O país asiático atualmente compra do Brasil e, em geral, passa a recorrer aos EUA mais para o fim do ano, quando aumenta a oferta de soja americana.

A escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China levou o maior importador mundial de soja a buscar fontes alternativas de oferta. O Departamento de Agricultura dos EUA elevou neste mês sua previsão para as exportações brasileiras de soja e afirmou que os produtores aumentarão o cultivo para a temporada de 2018-19. O país asiático poderia importar um total de 17,5 milhões de toneladas em julho e agosto, principalmente do Brasil, segundo o Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Óleos da China.

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