Sonho da China de ser potência do futebol deixa construtor rico

Por Tariq Panja.

Quando o presidente Xi Jinping transformou o futebol em prioridade nacional há dois anos, ficou claro que ele não queria que a China se transformasse apenas em potência global. Ele delineou uma economia forte para o futebol, com campos em cada município, academias de futebol para crianças e torcedores em cada bar.

Entre os detalhes há um pedido de Xi para que os governos locais “promovam a comunidade com a construção de lugares dedicados ao futebol” e para que cada nova área residencial inclua instalações que possam receber partidas. Agora, diz Reeze Fan, que constrói complexos recreativos de futebol na China desde 2008, os negócios estão crescendo rapidamente.

“Agora eu posso escolher meus investidores”, disse Fan, em entrevista, durante conferência de negócios do futebol em Manchester, Inglaterra.

Com 25 instalações em 20 cidades, a empresa de Fan, a SoccerWorld, é a maior provedora de instalações de futebol recreativo da China e está crescendo. A Sequoia Capital China e a empresa estatal de private equity China Media Capital investiram na companhia no início deste ano, uma conexão que levou a uma parceria com o Manchester City, potência do futebol inglês, na qual a CMC comprou uma participação de 13 por cento em 2015.

Campos sintéticos

A SoccerWorld fecha contratos com os governos locais, e até com shopping centers, para substituir campos municipais antigos e malconservados por complexos de futebol recreativo como os que são onipresentes no Reino Unido.

Fan afirma que a SoccerWorld dobrará o número de centros operados para 60 até o fim do ano que vem e que investirá 500 milhões de yuans (US$ 74,8 milhões) até 2022 para aumentar esse número para mais de 150. Mesmo com o apoio de Xi, ele tem um caminho árduo pela frente, diz Rowan Simons, fundador do clube de futebol amador ChinaFootball FC, que treina 3.000 crianças.

“Ninguém joga nos níveis e frequências necessários para justificar centros dedicados”, disse ele. “Será necessária pelo menos uma geração para que esses serviços sejam solicitados em massa.”

Fan disse que os centros têm uma taxa de ocupação de 75 por cento.

Fan não conseguirá cumprir os objetivos de Xi sozinho, mas é ambicioso. Ele gostaria de ter 200 campos no total e pelo menos uma instalação da SoccerWorld nas maiores cidades da China nos próximos cinco anos. Ele imagina abrir o capital da empresa antes mesmo disso.

“Faz muito sentido ter um negócio assim”, disse Simon Chadwick, professor de Negócios Esportivos no Reino Unido que assessorou a Federação Chinesa de Futebol. “Se você compreender bem a fórmula, o único problema será os locais para construir essas instalações.”

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