Startup quer levar modelo Uber para cientistas de dados

Por Jeremy Kahn.

Uma startup com sede em Londres quer tornar a contratação de cientistas de dados tão simples quanto reservar um Uber.

A Pivigo está lançando um mercado que permitirá que as empresas menores incapazes de contratar cientistas de dados próprios ou empresas de consultoria caras se conectem com pesquisadores em uma base projeto a projeto, informou a companhia na terça-feira.

A startup de Londres criada há quatro anos, que possui cerca de 1.500 cientistas de dados em sua plataforma, anteriormente oferecia cursos de treinamento e quadros de anúncios de empregos para pesquisadores que buscavam vagas de tempo integral, com clientes como KPMG, Barclays, Marks & Spencer Group e Royal Mail.

O novo mercado on-line da Pivigo é o exemplo mais recente de como a “economia gig” — termo que faz referência à forma como a tecnologia está possibilitando que um número cada vez maior de pessoas trabalhe como freelancer — está penetrando em uma série de setores, como advocacia, contabilidade e pesquisa, nos quais no passado a maioria dos trabalhadores ocupava vagas de tempo integral.

A startup atualmente mira empresas com 500 a 1.000 funcionários, disse a cofundadora e CEO da Pivigo, Kim Nilsson, em entrevista.

“Essas empresas normalmente não possuem nenhuma capacidade analítica interna, nem orçamentos enormes para gastar para que a KPMG ou a Accenture venham e realizem um projeto grande e caro”, disse ela.

Diferentemente de alguns modelos de mercados que conectam o comprador e o vendedor e depois ficam com uma parte da transação resultante ou fixam uma tarifa, a Pivigo participa mais ativamente do processo, disse Nilsson.

Os cientistas de dados poderão usar o mercado para se candidatarem a trabalhos e a Pivigo também ajudará as empresas a definirem suas propostas e a armarem a equipe de especialistas apropriada.

Em um exemplo, a Pivigo montou uma equipe de quatro especialistas em dados que ajudaram a The Parts Alliance, uma fornecedora de autopeças britânica, a usar os dados de seus clientes para refinar seu modelo de precificação. Os pesquisadores ajudaram a escrever um algoritmo de aprendizado de máquina para aconselhar os representantes de vendas em relação a quais preços negociar, disse Nilsson. Ela disse que a equipe da Pivigo estimou que o algoritmo poderia aumentar as receitas da fornecedora de peças em 6 milhões de libras (US$ 7,5 milhões).

A Pivigo cobra uma taxa diária de seus clientes com base no nível e na experiência dos cientistas de dados envolvidos. A Pivigo repassa uma parte dessa tarifa a eles e fica com outra parte. A empresa não cobra nada para que os pesquisadores listem suas habilidades no mercado.

Nilsson e seu cofundador, Jason Muller, criaram a Pivigo após se conhecerem em um programa de MBA da Cranfield School of Management, em Cranfield, Inglaterra. A companhia, fundada por meio da combinação de receitas existentes e de investidores-anjos, atualmente emprega 12 pessoas.

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