Startup usa inteligência artificial para acelerar compliance

Por Jeremy Kahn

Uma empresa iniciante no Reino Unido que utiliza inteligência artificial para ajudar bancos e instituições financeiras a cumprir regras de combate à lavagem de dinheiro recebeu US$ 8,3 milhões para financiar uma expansão pela Europa e América do Norte.

A captação para a ComplyAdvantage, sediada em Londres, foi liderada pela firma britânica de venture capital Balderton Capital. A companhia, que tem 200 clientes globalmente, informou que usará o dinheiro para ampliar suas operações e o quadro de funcionários, agora formado por aproximadamente 50 pessoas. A empresa também abrirá um escritório de vendas em Nova York nesta semana.

Em todo o mundo, o cumprimento de um número cada vez maior de normas de combate à lavagem de dinheiro e de regras de verificação de potenciais clientes se tornou uma cara dor de cabeça para as instituições financeiras. De acordo com a consultoria Accenture, o custo de conformidade com essas regras subiu 50 por cento nos últimos três anos, diante da efetivação de novas regulamentações. A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido encomendou um estudo à consultoria John Howell em 2015 que concluiu que, em um grande banco britânico, o custo da compliance por cliente chegou a 300 libras esterlinas (US$ 366), vindo de aproximadamente 65 libras nos dois anos anteriores.

“Existem 7 bilhões de pessoas no mundo e chega aquele indivíduo específico — como saber quem é mau?”, questionou Charles Delingpole, presidente e fundador da ComplyAdvantage, em entrevista à Bloomberg nesta semana. No passado, Delingpole foi um dos fundadores da MarketInvoice, instituição sediada em Londres que promove empréstimos entre empresas.

A ComplyAdvantage permite que as instituições financeiras verifiquem clientes prospectivos em uma base de dados exclusiva que inclui indivíduos sancionados por entidades como o governo dos EUA e a Organização das Nações Unidas (ONU) e listas de criminosos compiladas por entidades como a Interpol. Também é possível checar os nomes dos potenciais clientes em listas de políticos, autoridades de governos regionais em diversos países e informações sobre crimes veiculadas na imprensa. O sistema usa inteligência artificial para identificar os nomes de pessoas acusadas ou condenadas e pondera essas descobertas de acordo com o crime em questão e se o indivíduo foi somente acusado ou investigado ou de fato condenado.

O maior problema com os sistemas automatizados de compliance, segundo Delingpole, é a produção excessiva de resultados positivos que são falsos. Por exemplo, encontrando indivíduos com nomes similares, mas que não precisam ser avaliados. Ele conta que, em testes com uma instituição que ele preferiu não identificar, a ComplyAdvantage reduziu o total de falsos positivos em 60 por cento.

Tim Bunting, sócio da Balderton, afirmou em comunicado que a ComplyAdvantage é única por estar construindo sua própria base de dados, não apenas criando uma nova interface para o usuário interagir com bases de dados existentes. Ele considera compliance “um dos poucos grandes segmentos ainda em estágio adequado para a reviravolta digital”.

Os preços da ComplyAdvantage são definidos de acordo com o volume de buscas no sistema. O usuário pode optar por alertas — permitindo que seu próprio sistema chegue a uma decisão — ou por utilizar a base de dados mais amplamente para uma investigação detalhada.

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