Statoil mira Brasil como segundo maior contribuidor de produção

Por Mikael Holter.

A petroleira estatal norueguesa Statoil afirmou que o Brasil pode se tornar o maior colaborador individual da produção da empresa depois de seu país de origem daqui a uma década.

“O Brasil é uma área de oportunidade”, disse Lars Christian Bacher, vice-presidente-executivo de desenvolvimento e produção internacional da Statoil, em entrevista no escritório da empresa em Fornebu, perto de Oslo, na quarta-feira. “Este é um país que poderia se tornar o maior depois da Noruega.”

A Statoil já atua no Brasil como operadora no campo Peregrino e o país será um dos principais motores de crescimento da empresa na década de 2020 após a descoberta de um campo de um bilhão de barris em águas profundas e a aquisição de uma participação no campo de petróleo de Carcará da Petrobras por US$ 2,5 bilhões.

“Este pode ser um país no qual de repente poderemos ser operadores de meio milhão de barris por dia”, disse Bacher. A projeção contrasta com a capacidade atual de Peregrino, de cerca de 100.000 barris de petróleo por dia, mas não deve ser vista como uma meta explícita, disse ele.

A produção de petróleo do Brasil deverá superar 2 milhões de barris por dia em 2023, contra 1,3 milhão de barris atualmente, o que deixará o país acima da Noruega e da maioria dos produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). As perspectivas de crescimento do Brasil atraíram outras grandes petroleiras europeias, como a Royal Dutch Shell e a Total, e o colocam a caminho da recuperação econômica após um grande escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras e empresas fornecedoras.

“É um país que está em uma fase de transição”, disse Bacher. “A Petrobras sairá desta situação como uma empresa mais forte e o Brasil, como um país mais forte e mais integrado ao comércio global.”

A liminar que congelava a transação entre Petrobras e Statoil pelo campo de Carcará foi revogada no início do mês, permitindo que a empresa retomasse o trabalho de licenciamento. A Statoil espera não enfrentar novos obstáculos legais ao negócio e seu apetite por mais potenciais transações não foi afetado, disse Bacher.

A Statoil vai avaliar todos os blocos de uma rodada de licenciamento que será realizada no Brasil ainda neste ano, incluindo um localizado na parte norte do campo de Carcará, disse ele. A produção dos campos de Carcará e Pão de Açúcar deverá começar só em 2025, mas os planos para iniciar a produção da segunda fase de Peregrino no fim de 2019 ou no início de 2020 continuam de pé, disse Bacher.

A Noruega respondeu por 62 por cento da produção total da Statoil em 2016, com 1,2 milhão de barris de equivalentes de petróleo. Os EUA vieram na sequência com 270.000 barris e Angola em terceiro lugar, com 210.000 barris.

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