Superando nações desenvolvidas, principais mercados emergentes atraem investimento recorde de US$ 126 bilhões em energia limpa

Antes dos importantes ciclos de debate sobre clima, um novo estudo mostra que a maioria dos investimentos em energia limpa em 2014 ocorreu em 55 nações em desenvolvimento.

As nações em desenvolvimento ultrapassaram os países mais ricos do mundo em 2014, atraindo mais investimentos em energia limpa e expandindo mais do que nunca a geração de energia eólica, solar e outras fontes de energia renovável, segundo uma pesquisa global divulgada hoje.

Climatescope é o índice, relatório interativo e ferramenta on-line que avalia a competitividade no mercado de energia limpa entre países em desenvolvimento, o estudo é apoiado pelos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos, como também pelo Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Climatescope oferece um panorama incisivo sobre a energia limpa em 55 mercados emergentes na África, Ásia e América Latina e no Caribe, incluindo os principais países em desenvolvimento como: China, Índia, Paquistão, Brasil, Chile, México, Quênia, Tanzânia e África do Sul, bem como dezenas de outros.

Notícias sobre o distinto crescimento dos países em desenvolvimento surgem às vésperas de uma importante rodada de negociações sobre o clima organizada pela ONU que se inicia em Paris no final de novembro. Esses debates frequentemente têm focado no montante de capital que os países desenvolvidos devem disponibilizar para países menos desenvolvidos a fim de resolver o desafio climático.

As principais descobertas do Climatescope incluem:

  • Pela primeira vez, mais da metade de todos os novos investimentos anuais em projetos de geração de energia limpa em todo o mundo foi destinado a projetos em mercados emergentes e não em países desenvolvidos.
  • Novos investimentos em energia renovável dispararam em 2014 nos 55 países avaliados no Climatescope e atingiram o valor anual recorde de US$ 126 bilhões, uma alta de US$ 35,5 bilhões, ou 39% a mais que em 2013.
  • Os resultados foram essencialmente puxados pelo impressionante crescimento na China, onde acrescentou 35 gigawatts (GW) de capacidade de nova geração de energia renovável – mais que a energia limpa instalada nos Estados Unidos, Reino Unido e França juntos em 2014.
  • Ao mesmo tempo, os investimentos “Sul-Sul” (fundos aplicados nos países do Climatescope de bancos ou outras instituições financeiras baseadas nesses países) subiram para US$ 79 bilhões em 2014 em comparação aos US$ 53 bilhões do ano anterior.
  • O declínio contínuo nos custos de energia limpa parece estar motivando o crescimento. Os custos associados à energia solar fotovoltaica têm caído 15% anualmente em todo o mundo. A energia solar é particularmente competitiva nos mercados emergentes, os quais muitas vezes sofrem com preços muito elevados da geração de energia fóssil, ao mesmo tempo em que desfrutam de bons recursos solares.
  • Um total de 50,4 GW de nova capacidade de energia limpa foi acrescentado nos países do Climatescope, registrando um aumento de 21% em relação ao ano anterior.
  • Outro feito inédito é que a capacidade de energia renovável implantada nos mercados emergentes superou a dos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em termos percentuais, a capacidade de energia limpa está crescendo duas vezes mais rápido nos países do Climatescope em comparação com os da OCDE.

O progresso em 2014 foi atingido, apesar de baixas taxas de crescimento econômico em certos países pesquisados. O crescimento do produto interno bruto médio pelos países do Climatescope caiu para 5,7% em 2014, de 6,4% em 2013, com desaceleração mais evidente em países importantes, como Brasil, África do Sul e China. Apesar do recuo, esses três países atraíram um total de US$ 103 bilhões em novos investimentos em energia limpa em 2014.

O Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN) do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Departamento de Desenvolvimento Internacional (DFID) do Reino Unido e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), sob a iniciativa “Power Africa” do presidente Barack Obama, autorizaram a Bloomberg New Energy Finance (BNEF) a analisar e classificar perspectivas de desenvolvimento de energia solar, eólica, pequena central hidrelétrica, energia geotérmica, biomassa e outras tecnologias de zero emissão de carbono (excluindo grandes centrais hidrelétricas). O relatório proporciona a investidores informações importantes que identifiquem os países com as maiores oportunidades de investimento em energia limpa.

O Climatescope foi desenvolvido em 2012 pelo FUMIN/BID e BNEF, e avaliou inicialmente 26 países na América Latina e Caribe. Em 2014, foi ampliado para incluir 19 países na África, 10 na Ásia, bem como as 15 províncias na China e os 10 estados na Índia, graças ao apoio adicional do DFID e USAID.

A classificação de um país depende de vários fatores: sua política de investimento em energia limpa, suas condições de mercado, a estrutura do seu setor de energia, o número e a composição das empresas locais que operam com energia limpa e os esforços para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O resultado final é a fonte mais abrangente para que os tomadores de decisão conheçam as condições de mercado para energia limpa nessas regiões.

Toda a pesquisa é de fácil acesso em global-climatescope.org, que inclui uma ferramenta interativa para usuários localizarem informações específicas, dos detalhes mais granulares de países a análises específicas setoriais. O site também permite downloads completos de dados do Climatescope em formato Excel.

Sobre o Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo Do Reino Unido

O Departamento para o Desenvolvimento Internacional (DFID) lidera o trabalho do governo do Reino Unido para eliminar a pobreza extrema. É um departamento ministerial com o objetivo geral de reduzir a pobreza nos países mais pobres, em particular ajudando-os a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O DFID trabalha diretamente em 28 países prioritários na África, Ásia e Oriente Médio e tem programas regionais na África, Ásia, Oriente Médio, Norte da África e Caribe, assim como relações de desenvolvimento com 3 territórios ultramarinos: Santa Helena, Ilhas Pitcairn e Montserrat.

Sobre Power Africa

A iniciativa Power Africa do Presidente Obama atua com governos africanos, o setor privado e outros parceiros, como o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento, para acrescentar mais de 30.000 megawatts de capacidade de geração de eletricidade mais limpa e mais eficiente à rede da África Subsaariana. Pela expansão de soluções de mini-rede (mini-grid) e sistemas isolados (off-grid) e ampliação das estruturas de geração, transmissão e distribuição de energias, a Power Africa também aumentará o acesso à eletricidade, com mais de 60 milhões de novas conexões domésticas e comerciais. O modelo Power Africa é parte da nova abordagem de desenvolvimento do Presidente Obama, voltada à construção de capacidade local e apoio a maneiras inovadoras de tornar programas de assistência tradicionais mais efetivos e sustentáveis. A iniciativa representa os esforços combinados de 12 agências governamentais norte-americanas.

Sobre o Fundo Multilateral de Investimentos

O Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN), membro do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é financiado por 39 doadores e apoia o desenvolvimento conduzido pelo setor privado em benefício das populações pobres e de baixa renda – seus negócios, suas propriedades agrícolas e suas famílias. O objetivo é lhes dar as ferramentas para ampliar a renda: acesso a mercados e criação de capacidades para competir nesses mercados, acesso a financiamento e acesso a serviços básicos, incluindo tecnologia verde. Uma missão central do FUMIN é atuar como um laboratório para o desenvolvimento, experimentando, inovando e assumindo riscos a fim de construir e apoiar modelos de negócios bem sucedidos para micro, pequenas e médias empresas.

Sobre a Bloomberg New Energy Finance

A Bloomberg New Energy Finance (BNEF) proporciona análise, ferramentas e dados exclusivos para tomadores de decisões que estejam procurando impulsionar mudanças no sistema energético. A BNEF tem uma equipe de 200 funcionários em 14 escritórios no mundo inteiro. Os produtos setoriais da BNEF oferecem análises financeiras, econômicas e de políticas públicas, além de notícias e do banco de dados mais abrangente do mundo sobre ativos, investimentos, empresas e equipamentos no campo das energias limpas. Os produtos regionais da BNEF proporcionam uma visão abrangente da transformação do sistema energético por região.
 

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