Taxas chilenas indicam subida maior após crescimento de metas do Banco Central

Por Rodrigo Michelotti.

O foco do Banco Central do Chile em crescimento culminou na queda das taxas locais, o que não implica nenhum arrocho neste ano, mesmo com a inflação acima da meta. Os preços para os consumidores subiram mais que o esperado em junho, com alta de 0,5% na comparação mês a mês. Isso colocou a inflação anual em 4,4%, mais que o limite máximo da meta de 4,0% definida pelo Banco Central, o que faz a taxa ser a maior da região depois de Argentina, Venezuela e Brasil.

A alta na inflação vem, prioritariamente, do aumento nos preços de bens e serviços negociados ao redor do mundo, como as commodities, por conta da depreciação do peso. Os preços mais altos de energia também ajudaram na pressão inflacionária. Apesar disso, o Banco Central não mexeu nos custos de empréstimos em 14 de julho, mantendo, pelo nono mês consecutivo, a taxa em 3%. O ministro das Finanças do Chile aumentou, em 6 de julho, a previsão de inflação para o ano para 3,5%, ante a taxa de 2,8% que estava prevista no orçamento de 2015. Ao mesmo tempo, reduziu a previsão de crescimento para 2,5% para este ano, ante os 3,6% estimados no orçamento de 2015.
 

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Esta modificação ajudou a influenciar o tom dos encontros do Conselho de Política Econômica em junho, com os participantes trocando a ênfase em crescimento para se focar em inflação. Desde o dia 31 de março, a lacuna entre as taxas locais de dois a dez anos aumentou de 28 pontos base para 133 pontos base. O diferencial entre as taxas de um ano e dois anos caiu 4 pontos base, o que sugere que, se não houver subidas nas taxas em curto prazo, um arrocho maior vai ser necessário no futuro.
 

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De acordo com a pesquisa mais recente do Banco Central com investidores, publicada em 22 de julho, a taxa principal ainda vai ficar em 3% em 12 meses, subindo para 3,5% em dois anos. A CPI, enquanto isso, está sendo vista em 3,3% na comparação ano a ano em 12 meses e 3% em 24 meses. Isso sugere que as taxas de curto prazo chilenas devem continuar o achatamento, enquanto as de longo prazo vão subir ainda mais.

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