Taxas de juros em alta forçam tesourarias de empresas a inovarem

Depois de nove anos da mais tranquila política monetária na história dos EUA, o Federal Reserve sacudiu os mercados globais em dezembro do ano passado com sua elevação de 25 pontos-base nas taxas de juros. O ano novo recebeu essa mudança com extrema volatilidade, complicando ainda mais as já complexas tarefas de diretores financeiros e tesoureiros de empresas no mundo todo.

Já desafiadas por um clima macroeconômico turbulento com a deterioração chinesa, o que fez desabar os preços do petróleo e atingiu em cheio mercados em desenvolvimento, as empresas multinacionais devem agora ponderar a escalada das taxas de juros em sua gestão estratégica de caixa. Para as organizações que se esforçam para monitorar novas contas bancárias, legislações tributárias e as atuais mudanças nos mercados estrangeiros, a alta dos juros só fez reduzir a margem disponível para o erro humano no planejamento e na análise do fluxo de caixa. De forma surpreendente, estima-se que dois terços das principais corporações ainda insistem na supervisão manual de seus sistemas de tesouraria, apesar do surgimento de soluções automatizadas e melhores.

Em um artigo da McKinsey & Company de 2011 intitulado “Five Steps to a More Effective Global Treasury”, seus autores estudaram empresas com receita inferior a US$ 10 bilhões e identificaram que aproximadamente metade delas dependia de planilhas para tomar decisões relativas a fluxo de caixa. Em um ambiente de taxas de juros em alta, essa prática desatualizada faz com que os problemas de fluxo de trabalho cresçam exponencialmente. Para as multinacionais, a entrada acelerada em novos mercados já aumenta as probabilidades de erro humano em modelos financeiros. As alterações nas taxas de juros servem para tumultuar os modelos e previsões com novas variáveis cada vez mais complexas.

Erros de cálculo em planilhas podem custar para as empresas prejuízos de milhões, se não bilhões. Mas a natureza integrada da tesouraria moderna e os sistemas de gestão de risco podem ajudá-las a otimizar suas funções de tesouraria principalmente de três formas: restringindo o risco em moedas estrangeiras, aumentando a transparência da proporção dívida-patrimônio e identificando as armadilhas relativas ao período de permanência de dívidas.

Moeda estrangeira

As informações de contas integradas exibidas pelos modernos sistemas de gestão de tesouraria proporcionam aos tesoureiros uma visão agrupada de saldos de contas e taxas de câmbio em diferentes mercados. Uma visão unificada das posições em moedas estrangeiras de curto e longo prazos é um recurso crucial na atual economia sensível a taxas de juros, pois um dólar mais forte pode corroer os valores dos fluxos de caixa e reservas atreladas a essas moedas. Pela mesma razão, um dólar valorizado pode reduzir as dívidas denominadas em moedas internacionais de menor valor, tornando os passivos em moedas estrangeiras mais atraentes para a empresa devedora. A elevação nos juros também pode afetar negativamente as avaliações de crédito de bancos estrangeiros que custodiam ou garantem os ativos das empresas, o que pode comprometer as contas de seus clientes.

Apesar dos benefícios do agrupamento na visualização das contas, muitos tesoureiros utilizam sistemas ineficientes que dependem de 50 a 100 planilhas diferentes, desordenando unidades de negócios desconectadas em uma galáxia de mercados. Infelizmente, esse modelo ultrapassado é inadequado e pode levar as empresas a realizarem hedge incorreto, tomarem empréstimos em vez de investirem, sem mencionar o descumprimento de cronogramas de pagamento de impostos, o que pode dar motivo a onerosas penalidades por atrasos de pagamento. No entanto, com o surgimento de soluções digitais modernas, os diretores financeiros e tesoureiros podem implementar softwares, reconciliando e concentrando as contas de forma intuitiva, e alertando ao mesmo tempo as equipes de tesouraria sobre interrupções de câmbio impactantes, tudo isso em tempo real.

Relatórios sobre a proporção dívida-patrimônio

As funções de relatório inteligente dos modernos softwares de TMS aumentam a transparência e oferecem a diretores financeiros uma visão em tempo real das proporções de balanço geral no que dizem respeito a patrimônio e dívida. O agrupamento e a exibição dos dados de forma instantânea são especialmente importantes hoje em dia, pois mudanças incrementais na política fiscal produzem efeitos em cascata por todo os balanços patrimoniais da escala. Essas flutuações podem ser particularmente arriscadas se a dívida da empresa estiver indexada a taxas variáveis. Em cenários variáveis, uma pequena mudança de 25 pontos-base pode causar estragos nas simetrias dos balanços patrimoniais.

A supervisão inadequada das proporções dívida-patrimônio pode levar a relatórios de análise negativos, o que exerce uma pressão descendente sobre os preços das ações. Mas um aplicativo intuitivo de tesouraria e gestão de riscos permite evitar muitos problemas ao monitorar essas mudanças nas finanças corporativas e, simultaneamente, oferecer análises instantâneas e precisas aos executivos e funcionários de tesouraria. Ao aproveitar ao máximo o poder da tecnologia, os tesoureiros corporativos podem reduzir o erro humano e reagir a desequilíbrios de dívida indesejáveis com mais agilidade, apagando incêndios antes que eles de fato comecem.

Duração

Quando sobem as taxas de juros, aumenta o custo do capital. Para as empresas que estão altamente alavancadas, instrumentos de dívida com vencimentos de longo prazo podem se tornar insustentáveis. No entanto, para investidores de caixa corporativa que buscam rendimento, a exposição de duração prolongada é capaz de oferecer benefícios atraentes. Por exemplo, dados da Clearwater Analytics indicam que o investimento de caixa corporativo em dívida corporativa subiu 7,4 por cento em 2015. Os títulos corporativos representam agora 52,72 por cento da alocação de todo o caixa corporativo, de acordo com os mesmos dados.

Aplicações avançadas de TMS oferecem previsão e análise de qualidade superior que ajudam diretores financeiros a explorarem melhor alternativas de reequilíbrio, desalavancagem e refinanciamento. As soluções digitais modernas fortalecem os executivos de tesouraria das empresas com mais capacidade de previsão, permitindo que eles mantenham-se um passo à frente da curva de juros.

A solução de Tesouraria e Gestão de Riscos da Bloomberg é um ativo fundamental para empresas que buscam soluções de gestão de caixa mais intuitivas, eficientes e precisas. No artigo da McKinsey mencionado anteriormente, seus autores relataram que diretores financeiros têm tradicionalmente evitado as recentes inovações de TMS devido aos custos que elas implicam, que podem alcançar seis dígitos por ano em alguns casos. Com uma tarifa de assinatura anual incomparavelmente acessível, a TRM da Bloomberg permite que as tesourarias corporativas atuem com máxima eficiência, oferecendo ao mesmo tempo um excepcional custo-benefício. Para as empresas, é uma decisão sábia passar a fazer parte do futuro e deixar os erros de cálculo potencialmente desastrosos das planilhas no passado.

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