Temer disse que irá diminuir o governo caso Rousseff seja deposta

Por Anna Edgerton.

O vice-presidente do Brasil Michel Temer tem a intenção de reduzir o tamanho do governo, reduzir os gastos e substituir a maioria do gabinete e chefes de empresas estatais se a presidente Dilma Rousseff for deposta, de acordo com uma pessoa com conhecimento direto dos seus planos.

As primeiras medidas de Temer seriam reduzir os ministérios em cerca de um terço, cortar o número de funcionários públicos e cortar as despesas correntes, de acordo com uma pessoa que pediu para não ser identificada porque as negociações são confidenciais. Ele irá primeiro procurar um ministro da fazenda e, em seguida, montar o resto do gabinete em torno desse posto, incluindo o presidente do Banco Central, disse a fonte.

Após o resultado da votação da Câmara dos Deputados no dia 17 de abril a favor do impeachment de Dilma, Temer intensificou as conversações em sua residência em São Paulo com economistas e líderes políticos para ajudar com a reforma política e formar um gabinete.

O Senado poderia votar em meados de maio a possibilidade de abrir audiências de impeachment contra a presidente, de acordo com um cronograma que o chefe do Senado, Renan Calheiros apresentou em 19 de abril.

Rousseff teria que temporariamente sair de cena se a oposição acumular uma maioria simples, o que é amplamente esperado. Temer assumiria como presidente durante seu julgamento no Senado e tomaria permanentemente rédeas do país, se a oposição vencer a votação final com uma maioria de dois terços. Rousseff tem repetidamente prometido lutar contra sua expulsão.

Temer ainda está considerando o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para o cargo de Ministro das Finanças, embora outros nomes estão em discussão. Está em pauta também a substituição do atual presidente do Banco Central Alexandre Tombini com alguém com o perfil de Ilan Goldfajn, um ex-banqueiro que agora é o economista-chefe do Itaú Unibanco Holding SA.

Com um escândalo de corrupção de dois anos chegando em todos os cantos da política brasileira, o próximo ministro da Justiça do Brasil deve ser alguém universalmente respeitado e não visto como alguém que buscaria influenciar os outros, disse a pessoa. Um possível candidato poderia ser Carlos Ayres Britto, o ex-juiz do Supremo Tribunal, que é amigo pessoal de Temer. Um futuro governo Temer também iria substituir a liderança da companhia petrolífera estatal Petrobras, os bancos públicos Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, bem como o banco de desenvolvimento estatal BNDES, disse a pessoa.
 
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