Tesouro poderia economizar dinheiro comprando de volta seus títulos globais[br] de 2025

Por Daniel Kasinski e Vitor Martinez.

O Brasil poderia economizar dinheiro se emitisse dívida em moeda local e recomprasse seus títulos em moeda estrangeira, mostram dados da Bloomberg. Os títulos em dólares em taxa pré fixada com vencimento em 2025 tem um rendimento de 16,10% aa quando convertido para Reais. Isso se compara com um rendimento de 14,65% aa sobre o equivalente da taxa fixa local, um NTNF com vencimento no mesmo ano.
 

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O spread entre os dois títulos aumentou no ano passado por razões fundamentais. O Tesouro reduziu a emissão de dívida de longo prazo no mercado local para evitar travar o custo de captação em taxas mais elevadas exigidas pelos investidores. Ao mesmo tempo, a demanda aumentou por causa das novas regras que exigem que fundos de pensões nacionais aumentem a duração média da sua carteira para ao menos cinco anos, até ao final do ano.

Isto levou a um outperformance nos NTFS com vencimento em 2021 e 2027, a medida que títulos em dólar foram evitados por investidores estrangeiros.

O spread entre os rendimentos nacionais e denominados em dólar reforçou a cerca de 140 pontos base em 4 de março de 330 pontos base no início do ano. Os spreads vieram depois que o governo intensificou seu programa de recompra de dívida externa em dezembro e o secretário do Tesouro, Otávio Ladeira, disse em 24 de fevereiro que estava considerando uma recompra maior de títulos em dólar com vencimento em torno de 2025 e 2045. Mas o Tesouro ainda pode efetivamente economizar mais de 1% comprando de volta seus títulos internacionais de taxa fixa com rendimentos atuais, mostram dados da Bloomberg.

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