Títulos de dívida mais arriscados tiveram melhor desempenho com compra de Goldman

Por Ralph Cope.

Os títulos de dívidas emitidos por governos da América Central tiveram retornos maiores do que as principais economias da América Latina, apesar dos três meses de agitação social. Protestos motivados por frustração com escândalos, economias estagnadas e incompetência governamental ganharam as ruas desses países, especialmente na Guatemala.

Com base no modelo de risco proprietário da Bloomberg − que combina fatores financeiros, econômicos e políticos −, quatro dos 20 países mais arriscados para investir no mundo estão na América Central. Apesar disso, um portfólio com títulos internacionais de dívidas de Honduras, El Salvador, Guatemala e Costa Rica teve um desempenho dramaticamente melhor do que os títulos internacionais do seu vizinho mais estável no norte, o México, nos últimos 12 meses.

Os títulos centro-americanos entregaram retornos de 5,87 por cento nos 12 meses até 23 de junho. No mesmo período, os títulos mexicanos caíram 5,41 por cento. Uma carteira contendo títulos do Brasil, Peru, Chile, Colômbia e México teria dado retorno de 2,25 por cento no mesmo período.
 

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O país com melhor desempenho foi Honduras, com retorno de 11,32 por cento. Honduras também é o país mais arriscado na escala da Bloomberg, com pontuação de apenas 2,7.
 

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De acordo com últimos documentos enviados para órgãos regulatórios, Goldman Sachs é o maior proprietário de títulos soberanos emitidos em dólares na região, com um total de 420 milhões de dólares, aumentando sua participação com compras de 140 milhões de dólares no trimestre mais recente. O JPMorgan aumentou sua participação da dívida soberana da América Central em 13 por cento, para 254 milhões de dólares. T. Rowe Price aumentou sua participação de 10 milhões de dólares para 40 milhões de dólares.

“A maior parte da região continua sofrendo com fundamentos fracos, ainda que acreditamos, em vários casos, que os riscos podem ser contidos no curto prazo”, disse Jeff Kalinowski, especialista em portfólio de títulos de mercados emergentes da T. Rowe Price, em entrevista por e-mail. “O valor ajustado para o risco oferecido por diversos países tem garantido a consideração de investidores.”

Um porta-voz da Goldman e uma porta-voz da JPMorgan não responderam aos e-mails que pediam comentários sobre o assunto.

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