Trabalhadores migrantes da China envelhecem e ganham mais

Por Bloomberg News.

É menor a probabilidade de que o típico trabalhador migrante chinês seja um adolescente que atravessa o país caminhando até um emprego em uma fábrica de uma cidade em expansão no sul do país.

Em vez disso, com o amadurecimento da economia da China, sua força de trabalho migrante também está envelhecendo, permanecendo mais perto de casa e trabalhando cada vez mais em lojas e restaurantes e não em linhas de montagem.

Estas são algumas das conclusões de um relatório anual sobre trabalhadores migrantes recentemente publicado pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China.

Primeiro, uma definição: a categoria de trabalhador migrante na verdade é uma referência aos “trabalhadores camponeses” — ou seja, trabalhadores rurais que já não cultivam a terra para a qual estão registrados.

Seja na pequena cidade mais próxima, seja em uma cidade distante, o crescimento do número desses trabalhadores está desacelerando, situando-se em 281 milhões em 2016, alta de 1,5 por cento na comparação ano a ano. Esse número ainda está perto do da população dos EUA.

A categoria formada por homens e mulheres que deixaram suas casas em busca de um futuro econômico melhor em centros urbanos em expansão foi um importante pilar da força de trabalho por mais de duas décadas — sem desfrutar dos mesmos serviços sociais dos cidadãos urbanos. Mas esta classe agora está encolhendo e responde por 60,1 por cento de todos os “trabalhadores camponeses” em 2016, contra 62,8 por cento em 2011.

Com a diminuição da população em idade ativa, a menor mobilidade de moradores rurais poderia estimular aumentos salariais, impondo um desafio de competitividade.

No entanto, a força de trabalho está mais bem equipada. Há um número maior de diplomas de graduação ou superior do que em 2015 — mais de 9 por cento — e o perfil etário está mudando e quase um quinto tem mais de 50 anos.

Se há menos histórias sobre adolescentes de regiões centrais pobres viajando para um emprego em uma fábrica em Shenzhen, isso se deve na verdade a uma política de governo.

As autoridades, atentas ao crescimento incontrolável em cidades-chave como Xangai e Pequim, limitaram rigorosamente a população e incentivaram os trabalhadores a se mudarem para centros provinciais menores.

Confirmando essa tendência, embora possa haver uma enorme diferença entre os salários rurais e urbanos, no interior do país as remunerações estão crescendo mais rapidamente.

Enquanto 52,9 por cento dos “trabalhadores camponeses” tinham empregos nos setores de manufatura e da construção, destinos usuais para a maioria deles há uma década, mais empregos estão sendo oferecidos no setor de serviços: 46,7 por cento tinham empregos no setor terciário, liderados pelos setores de atacado, varejo, serviços residenciais, hotelaria e catering. No ano anterior, eram 44,5 por cento.

O setor de serviços respondeu por 56,5 por cento da economia da China no primeiro trimestre. Os setores de tecnologia, serviços comerciais, imobiliário, de transportes e de hospedagem e catering se expandiram mais rapidamente do que a taxa de crescimento da economia, de 6,9 por cento.

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