Trabalho remoto acelera a adoção da nuvem em mercados financeiros

O uso da tecnologia em nuvem nos mercados financeiros está em alta. À medida que as empresas se tornam mais confortáveis com o conceito, o acesso a dados de mercado via nuvem pública também se torna cada vez mais fácil em uma série de situações de utilização.

Em um recente podcast do The TRADE Talks, Cory Albert, chefe de nuvem para dados enterprise da Bloomberg, descreveu alguns dos principais casos de utilização.

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“Nos mercados de capital, as empresas vem adquirindo e armazenando grandes quantidades de dados, construindo repositórios de dados e fazendo backtesting de estratégias e desenvolvendo tickets por meio de repositórios”, declarou. “No front office, as empresas estão executando cálculos computacionais mais pesados, tais como risco e volatilidades.”

“Nos mercados de capital, as empresas vem adquirindo e armazenando grandes quantidades de dados, construindo repositórios de dados e fazendo backtesting de estratégias e desenvolvendo tickets por meio de repositórios”, declarou. “No front office, as empresas estão executando cálculos computacionais mais pesados, tais como risco e volatilidades.”

Momentum por trás da adoção da nuvem

O momentum por trás da tecnologia em nuvem está sendo impulsionado pelo movimento rumo ao software como um modelo de serviço (SaaS) por parte de alguns dos tradicionais fornecedores de software independentes (IVSs) para mercados de capital. Isto envolve a migração para fornecedores de nuvem pública, como a AWS, por exemplo, para alavancar conjuntos de dados em tempo real oferecidos pela Bloomberg.

À medida que mais softwares para os mercados de capital se tornam disponíveis na nuvem, também fica mais fácil para as empresas — que são os usuários finais, migrarem. “Conforme estes fornecedores de software independentes migram para a nuvem e passam a aproveitar os benefícios do software como um serviço ou da arquitetura de microsserviços, cresce também a adoção da nuvem pelos mercados de capital”, observou Albert. “Nossos clientes também estão começando a levar nossos conjuntos de dados em tempo real para a nuvem. Não apenas workflows para cientistas de dados, mas workflows de negociação reais passam a ser considerados para migração para a nuvem.”

A síndrome da COVID-19, que motivou um cenário de trabalho remoto sem precedentes para a maioria das empresas — e ativou uma variedade de programas de recuperação em caso de desastres — também ajudou a acelerar a adoção da nuvem.

“Nas fases iniciais da pandemia, uma start-up em Nova York me procurou porque o ambiente de desenvolvimento deles estava de fato hospedado em servidores em um armário no escritório deles em Nova York”, disse Albert. “Eles não sabiam o que fazer, se poderiam entrar no escritório ou se precisariam de hardware novo — choques desta envergadura impulsionaram a transição para a nuvem para alguns, e aceleraram a adoção por empresas mais maduras.”

Outro tema importante é a mudança na forma pela qual os usuários finais têm acesso a aplicativos. A simples opção por executar versões móveis de aplicativos, por exemplo, resulta em uma transferência de requisitos de capacidade nos sistemas, o que significa que as empresas devem ampliar seus servidores web para lidar com a mudança. “Esta necessidade de escala dinâmica, causada pela pandemia, realmente se presta a cargas de trabalho em nuvem para estes tipos de aplicativos”, observou Albert.

Como tirar o máximo da nuvem híbrida

Empresas que utilizam uma abordagem de nuvem híbrida estão alavancando serviços oriundos da nuvem pública ao mesmo tempo em que mantêm sua própria nuvem privada, muitas vezes nas suas instalações, com vários princípios de nuvem para aumentar a escala de computação e armazenamento.

“Um equívoco comum em muitos setores é que quando as empresas fazem esta jornada em direção à nuvem, tudo tem que migrar”, afirmou Albert. “É claro que o custo total de propriedade é importante, mas a inovação é igualmente importante. Vejo muitos de nossos clientes tendo muito cuidado na escolha de quais cargas de trabalho desejam migrar para a nuvem, o que resulta nestes ambientes híbridos.”

Como gerenciar o risco de dados

As atitudes em relação à capacidade de gerenciar o risco de dados na nuvem avançaram consideravelmente nos últimos anos. Em parte porque as empresas têm compreendido melhor a tecnologia e em parte devido ao suporte de organizações como a Financial Industry Regulatory Authority (FINRA) e o Bank of England.

A gestão de risco e a garantia de que as operações são configuradas para permitir que os dados sejam armazenados com segurança na nuvem ainda são fundamentais. Algo que as empresas precisam disseminar na cultura corporativa é que os funcionários protejam os dados de clientes, bem como o IP da empresa.

“Fazemos isto realmente muito bem aqui na Bloomberg, e tenho ouvido que outros clientes também estão chegando lá por meio de treinamento direcionado”, disse Albert. “Isto envolve incentivar seus funcionários a manter os olhos abertos e a alertar as pessoas certas quando algo que chama atenção acontece.”

No lado do processo, muitas empresas definiram equipes e aspectos específicos de governança para nuvem. Estas equipes têm representatividade perante a organização e conversam sobre questões como segurança e medidas preventivas. Quando estas equipes conseguem revisar projetos em nuvem, isto faz com que suas ideias sobre segurança de dados sejam incorporadas logo no início do projeto. Esta abordagem pode ser combinada com padrões para testes de penetração. Por exemplo, se a empresa vai tornar algo disponível ou acessível via internet, um determinado conjunto de testes de penetração pode ser executado para garantir que o processo é seguro.

Compreender quais ferramentas estão disponíveis também é vital, pois existe uma variedade de alternativas comerciais e de código aberto. É importante que as empresas entendam quais ferramentas são as mais adequadas para o seu projeto e tenham esta definição ao fazer o esboço do design e dos requisitos.

“Quando transferimos o B-PIPE, nosso feed de dados de mercado consolidados em tempo real, para a nuvem, nos concentramos principalmente na segurança da rede porque, como é um feed em tempo real, não armazenamos dados lá”, observou Albert. “O mais importante é compreender quais ferramentas estão disponíveis para atender aos objetivos da tecnologia que está sendo movida para a nuvem.”

Capacitando tecnólogos

Dado o número crescente de possibilidades de utilização da nuvem nos mercados financeiros e a crescente facilidade de acesso e implementação da tecnologia, a tendência de adoção da nuvem pelo setor financeiro parece que veio para ficar.

“Eu vejo a nuvem como uma forma de capacitar os tecnólogos”, observou Albert. “A nuvem lhe permite e o torna capaz de mover e analisar dados. Mas, há também um pouco da famosa frase do Homem Aranha — com grande poder vem grande responsabilidade. Porém, se você treinar seus funcionários e disponibilizar os contatos das pessoas certas a alertar quando algo acontece, você pode ir muito longe.”

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