- Empresas correm para se posicionar para o potencial de valorização, evitando as desvantagens
- Ferramentas da BNEF analisam o risco de transição para mais de 4000 ações públicas
Os riscos de transição climática atuais já influenciam uma série de decisões corporativas, desde reestruturações até parcerias. Conforme a mudança para emissões líquidas zero se acelera, ela continuará a impulsionar novas estratégias e planos de investimento. Para as empresas e seus investidores, agora é um momento crucial para abordar os riscos de transição relevantes para que possam planejar o melhor caminho para a adaptação ao clima.
As empresas têm basicamente dois caminhos à sua frente. O primeiro é de seguir os negócios como de costume e arriscar perder a participação de mercado à medida que a transição para emissões líquidas zero muda a dinâmica da economia global. A opção alternativa é de investir em medidas adaptativas agora e mudar lentamente o modelo de negócios para participar do futuro potencial de valorização relacionado às emissões líquidas zero (evitando as desvantagens). Os dados e pesquisas atuais sobre riscos de transição da BNEF ajudam os clientes a explorar esses dois caminhos para uma grande variedade de empresas.
Receita em risco
Não é garantido que um modelo de negócios rentável na economia atual — dependente de combustíveis fósseis — seja bem-sucedido em um mundo de energia limpa e emissões líquidas zero. É claro que a transição trará potencial de valorização para alguns segmentos de negócios existentes, mas a questão que a maioria dos investidores está fazendo é: “qual é o potencial de perdas em receita que uma empresa específica pode enfrentar”?
O modelo da Ferramenta de avaliação de riscos de transição da BNEF (TRACT) projeta como as receitas futuras mudarão supondo que não haja alterações no modelo de negócios atual. O modelo abrange mais de 4000 ações públicas em todo o mundo, fornecendo exposição à valorização e desvalorização de receita para cada uma. Os cálculos vinculam dados das receitas divulgadas de cada empresa com a avaliação da BNEF sobre tendências majoritárias de transição energética, como a demanda global por petróleo e energia.
As empresas de petróleo e gás que mantêm negócios inalterados correm o risco de perder receitas substanciais. No exemplo acima, se a Total não fizer mais alterações em seu modelo de negócios (ou seja, se os segmentos de receita e proporções de contribuição permanecerem inalterados), sua receita em 2050 sob um cenário de emissões líquidas zero deve ser 10% menor do que as receitas de 2020. Em comparação com outras grandes empresas de petróleo, a Total enfrenta um risco de transição menor devido à sua alta exposição ao sub-setor de produtos químicos e não à exploração ou processamento de petróleo. Em contraste, sob os mesmos cenários, a receita da Exxon Mobil em 2050 poderia ser aproximadamente 60% menor do que o seu valor referencial de 2020. Estas e outras projeções são explicadas de maneira aprofundada na ferramenta TRACT interativa.
Adaptação dos modelos de negócios
Dada a crescente pressão por emissões líquidas zero de parte de formuladores de políticas, investidores e clientes, é altamente improvável que as empresas possam evitar tomar medidas de adaptação. De uma forma ou de outra, os modelos de negócios corporativos mudarão para acomodar as tendências do mercado de baixo consumo de carbono, particularmente em setores com altas emissões, como de mineração, petróleo e gás, serviços públicos e automotivo. Mesmo agora nos primeiros estágios desta mudança, há muito a ser considerado no que tange avaliar o rumo da empresa e a velocidade da adaptação.
Os scores de transição da BNEF monitoram como as empresas estão adaptando seus negócios à transição climática e quais estão liderando neste processo. Para fazer isso, análises aprofundadas abrangem os riscos inerentes aos negócios atuais, bem como os esforços para alinhar os segmentos de receita às emissões líquidas zero. Até o momento, há scores disponíveis para 190 empresas de petróleo, gás, serviços públicos e mineração, com o setor automotivo ficando disponível em breve. Cada conjunto de scores é específico do setor e compara as empresas apenas com outras do mesmo setor.
Em todos os setores, as empresas na liderança tendem a ser sediadas na Europa, onde uma forte política climática define o ritmo da adaptação climática. A política é um poderoso acelerador de emissões líquidas zero porque cria um efeito cascata positivo. Por exemplo, as políticas de energia limpa direcionadas às empresas de serviços públicos eventualmente beneficiam todas as empresas de consumo final, ajudando-as naturalmente a reduzir as emissões relacionadas à eletricidade.
Boa parte do modelo de scores se baseia em investimentos ao nível de projeto em tecnologias e fluxos de receita para redução de consumo de carbono relevantes. Embora as tecnologias mais pertinentes variem de setor para setor, as várias bases de dados de projetos da BNEF monitoram esses investimentos de forma padronizada para todas as empresas. Como exemplo, tanto a capacidade de reciclagem de metais quanto os projetos de hidrogênio são importantes para as metalúrgicas, enquanto as energias renováveis e a capacidade de armazenamento de baterias são mais relevantes para empresas de serviços públicos. Os scores de transição da BNEF consideram as nuances de cada setor no que se refere à transição climática, a fim de produzir uma comparação por pares das empresas mais bem posicionadas em um mundo de emissões líquidas zero.
Sobre a BloombergNEF
A BloombergNEF (BNEF) é fornecedora de pesquisas estratégicas que abrange os mercados mundiais de commodities e tecnologias disruptivas, que impulsionam a transição para uma economia de baixo carbono. Nossa cobertura especializada avalia os caminhos percorridos pelos setores de eletricidade, transporte, construção, agricultura e industrial para se adaptar à transição energética. Ajudamos os profissionais de negociação de commodities, estratégia empresarial, finanças e políticas a lidar com as mudanças e criar oportunidades.