Turistas europeus mudam destinos para fugir do terrorismo

Por Nicholas Brautlecht.

Os turistas europeus estão escolhendo destinos menos conhecidos porque o terrorismo os leva a evitar mercados estabelecidos, como a Turquia e a Riviera Francesa, onde ocorreram ataques, segundo a Thomas Cook Group, a empresa de turismo mais antiga do mundo.

Países como Bulgária, Croácia, Chipre e Portugal estão registrando alguns dos crescimentos mais rápidos de reservas para o próximo verão do Hemisfério Norte, informou a Thomas Cook na quinta-feira. A Grécia registrou um salto de 40 por cento nas vendas, enquanto o rápido aumento das viagens para as Ilhas Baleares e Canárias, na Espanha, começou a perder força. As ilhas estavam entre as principais beneficiárias do ano passado, quando as empresas de turismo buscaram destinos isentos de terrorismo.

Ao adicionar novos destinos e ampliar a capacidade de resorts considerados mais seguros pelos viajantes, a Thomas Cook busca reduzir os prejuízos que provocaram a maior queda de suas ações em sete meses. Embora as decisões iniciais de operadoras de turismo como a Thomas Cook e a TUI para conter o impacto dos ataques terroristas tenham se concentrado em países como Espanha e Itália, a falta de quartos disponíveis levou as empresas a recorrer a mercados menos saturados.

“A Espanha ainda é um destino muito popular, mas nós vemos, após um ano muito forte no ano passado, que o número de leitos, de forma geral, não aumentou”, disse o CEO Peter Fankhauser, em teleconferência. “Em destinos menores, como Croácia, Bulgária e Chipre, estamos muito bem posicionados e prevemos um crescimento muito bom.”

Egito e Marrocos

As reservas totais para o próximo verão estão 9 por cento superiores às desta mesma época do ano passado, com preços estáveis e 31 por cento do programa vendido, um aumento de 2 pontos percentuais, informou a Thomas Cook. A oferta maior da empresa, que sede em Londres, na Grécia mais que compensou o declínio contínuo na Turquia, e a demanda por viagens para Egito e Marrocos está se recuperando lentamente após a queda registrada devido ao massacre de 2015 em um hotel tunisiano e a suspeita de bombardeio a um jato que deixava o resort Sharm el-Sheik, no Sinai.

Fankhauser disse que não desistiu da Turquia, porque há indícios de que o declínio da demanda está começando a se estabilizar e existe a possibilidade de um aumento tardio das reservas devido aos preços baixos.

A Thomas Cook divulgou um prejuízo subjacente antes de juros e impostos de 49 milhões de libras (US$ 62 milhões) no primeiro trimestre fiscal, que terminou em 31 de dezembro, montante inalterado em relação ao ano anterior, sobre receitas que subiram 14 por cento, para 1,62 bilhão de libras. A empresa informou que embora esteja caminhando para fornecer lucro operacional no ano cheio, em linha com as projeções dos analistas, ela “continua cautelosa” devido às incertezas políticas e à perspectiva econômica.

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