Por Taís Fuoco.
O ano foi próspero em aberturas de capital, mas o investidor ficou cauteloso e exigente: mesmo com um volume cerca de 10 vezes maior que em 2016, nenhum IPO de 2017 havia chegado ao topo da faixa indicativa de preço estabelecida pelas empresas. A unidade brasileira do Burger King destoou, talvez por ter atraído maior visibilidade dos estrangeiros, na visão de alguns analistas.
Burger King fixou preço da ação em R$ 18,00 na oferta inicial, em operação que movimentou R$ 2,2 bilhões.
Nem mesmo o IPO da BR Distribuidora – o maior desde 2013 – conseguiu chegar sequer ao meio da faixa. Ficou no piso, a R$ 15,00 por ação, levantando pouco mais de R$ 5 bilhões.
Ao longo do ano, algumas ofertas precisaram até ter seu preço revisto para abaixo do piso da faixa indicativa. Foram os casos, por exemplo, da Nexa, ex-Votorantim Metais, e da Camil Alimentos. Outras, como Neoenergia e Tivit, foram postergadas à espera de um momento mais propício.
Além de atrair maior visibilidade do investidor estrangeiro, o Burger King ainda tem baixa penetração no mercado brasileiro, ao passo que o concorrente McDonald’s vem fechando algumas unidades e apresentando receita em queda, segundo o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos.
“Há uma demanda reprimida” por empresas com histórico de crescimento na área de consumo, disse Marcos Peixoto, chefe da unidade de gestão da XP Investimentos. O apelo da marca Burger King e de investidores como 3G Capital no mercado global também deve ter influenciado o investidor, segundo ele.
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