Um quarto dos jovens dos EUA evita vacina da gripe por custo

Por Polly Mosendz.

No tempo que levei para escrever essa reportagem, eu espirrei duas vezes e assoei o nariz três vezes. Em recuperação de uma gripe, só estou trabalhando porque um médico atestou que eu já não represento perigo de contágio para meus colegas. Após uma semana horrível em casa, estou animada para tomar a vacina contra a gripe. Aparentemente, eu sou minoria: menos da metade dos americanos da geração Y, como eu, planeja tomar a vacina contra a gripe neste ano.

Uma pesquisa realizada em setembro pela Harris Poll em nome da CityMD, uma rede de centros de assistência médica urgente, apontou que 52 por cento dos integrantes da geração Y não planejam receber a vacina contra a gripe durante a temporada de influenza deste ano. Destes, 49 por cento disseram não acreditar que a vacina evitará que contraiam gripe. Outros 29 por cento temem que a vacina, na verdade, os contaminará com o vírus. (Trata-se de um equívoco comum.)

Os profissionais da área médica, na verdade, sabem mais sobre medicina preventiva do que a geração Y. Os Centros de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) afirmam que a vacina é a melhor forma de garantir que uma pessoa não contraia a gripe. Citando estudos recentes, o órgão afirma que a vacina “reduz o risco de gripe em cerca de 50 por cento a 60 por cento.” Na temporada passada, 43,6 por cento dos americanos tomaram a vacina, segundo dados do CDC.

Para um quarto dos jovens consultados, foi o custo, e não alguma teoria da conspiração, o que os impediu de tomar a vacina. A economia faz sentido para pessoas que lidam com enormes dívidas estudantis, mas o preço da dose da vacina contra a gripe é razoável, mesmo para quem não tem plano de saúde. A Costco cobra US$ 14,99 (quase R$ 50,00) pela vacina contra a gripe, a da Walgreens é vendida a partir de US$ 31,99 (pouco mais de R$ 100,00) e a CVS cobra US$ 39,99 (quase R$ 130,00), mas oferece um cupom de desconto de 20 por cento para compras não-farmacêuticas feitas junto com a vacina.

Para aqueles que optam por não tomar a vacina, um remédio de venda livre para aliviar os sintomas da gripe sai por US$ 24 (quase R$ 80,00). Adicione mais alguns dólares por uns lenços de papel e o custo para tratar a gripe é aproximadamente o mesmo, se não for ligeiramente superior, do que pagar a vacina do próprio bolso.

Faltar ao trabalho por doença também é algo que sobrecarrega financeiramente os funcionários que trabalham por hora, especialmente os 38 por cento dos americanos que não contam com licença médica remunerada. Os empregadores também saem perdendo: o CDC estimou que, no ano passado, ferimentos e doenças entre os trabalhadores custaram US$ 225,8 bilhões às empresas.

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