Por Fabiana Batista.
As usinas do Brasil estão correndo para encontrar formas de produzir mais açúcar com pouco investimento em busca de colher os benefícios dos preços mais elevados do produto nos mercados internacionais sem ampliar a dívida que limita o setor há anos.
As usinas do maior exportador mundial da commodity estão à procura de financiamento para realizar investimentos menores nas plantas ou até para construir novas unidades para extrair mais açúcar e menos etanol da safra de cana-de-açúcar atual. Com os preços do açúcar perto do maior nível em quatro anos e um valor cerca de 30 por cento superior ao do biocombustível, as produtoras querem aumentar a participação do açúcar para metade da colheita, contra cerca de 44 por cento atualmente.
A mudança, que precisa começar no máximo até setembro para poder ser concluída no início da próxima safra, pode aumentar a produção de açúcar do Brasil do ano que vem em até 2 milhões de toneladas, segundo a consultoria FG Agro. A produção maior deverá ajudar a aliviar o excedente global e poderia estabilizar os preços da commodity em todo o mundo, segundo Bruno Lima, chefe para o açúcar da corretora de futuros e opções INTL FCStone.
“A produção adicional do Brasil pode evitar que os preços subam ainda mais”, disse ele por telefone, de Campinas. “Isso também aumentaria os preços do etanol no Brasil”.
Carga de dívida
As produtoras de açúcar foram castigadas antes de tentarem capitalizar as melhores condições internacionais para a commodity. As empresas acumularam dívidas para cumprir seus agressivos planos de expansão no início dos anos 2000 e mais do que duplicaram a produção de cana-de-açúcar entre 2000 e 2010. Elas ficaram devastadas nos últimos anos pela desvalorização do real, que encareceu a dívida em dólares, e pela queda dos preços do açúcar e do etanol. Cerca de 50 usinas de etanol e açúcar fecharam e 70 pediram recuperação judicial desde 2011 — cerca de 30 por cento do total, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar, a Unica.
“Estamos à procura de financiamento para alguns dos nossos clientes”, disse William Hernandes, analista da FG Agro em São Paulo. “É um investimento pequeno que pode ser pago em oito meses, considerando os preços atuais”.
O grupo Arakaki, com sede em São Paulo, está tentando conseguir financiamento para construir uma fábrica de açúcar em sua usina, que atualmente utiliza seus 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar apenas para a produção de etanol. A FLim Participações, joint venture administrada pela Indonesian Salim Group e por sua sócia local JF Citrus, planeja construir uma fábrica de açúcar na planta de etanol que adquiriu no início deste ano da Archer Daniels Midland em Minas Gerais. Quando a fábrica estiver pronta, toda a cana-de-açúcar disponibilizada para a planta será usada para a produção de açúcar — a empresa espera produzir até 120.000 toneladas em 2017, disse Carlos Eduardo Turqueto Santos, sócio da JF Citrus, por telefone.
Para ter acesso a notícias em tempo real entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.Por Fabiana Batista.
As usinas do Brasil estão correndo para encontrar formas de produzir mais açúcar com pouco investimento em busca de colher os benefícios dos preços mais elevados do produto nos mercados internacionais sem ampliar a dívida que limita o setor há anos.
As usinas do maior exportador mundial da commodity estão à procura de financiamento para realizar investimentos menores nas plantas ou até para construir novas unidades para extrair mais açúcar e menos etanol da safra de cana-de-açúcar atual. Com os preços do açúcar perto do maior nível em quatro anos e um valor cerca de 30 por cento superior ao do biocombustível, as produtoras querem aumentar a participação do açúcar para metade da colheita, contra cerca de 44 por cento atualmente.
A mudança, que precisa começar no máximo até setembro para poder ser concluída no início da próxima safra, pode aumentar a produção de açúcar do Brasil do ano que vem em até 2 milhões de toneladas, segundo a consultoria FG Agro. A produção maior deverá ajudar a aliviar o excedente global e poderia estabilizar os preços da commodity em todo o mundo, segundo Bruno Lima, chefe para o açúcar da corretora de futuros e opções INTL FCStone.
“A produção adicional do Brasil pode evitar que os preços subam ainda mais”, disse ele por telefone, de Campinas. “Isso também aumentaria os preços do etanol no Brasil”.
Carga de dívida
As produtoras de açúcar foram castigadas antes de tentarem capitalizar as melhores condições internacionais para a commodity. As empresas acumularam dívidas para cumprir seus agressivos planos de expansão no início dos anos 2000 e mais do que duplicaram a produção de cana-de-açúcar entre 2000 e 2010. Elas ficaram devastadas nos últimos anos pela desvalorização do real, que encareceu a dívida em dólares, e pela queda dos preços do açúcar e do etanol. Cerca de 50 usinas de etanol e açúcar fecharam e 70 pediram recuperação judicial desde 2011 — cerca de 30 por cento do total, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar, a Unica.
“Estamos à procura de financiamento para alguns dos nossos clientes”, disse William Hernandes, analista da FG Agro em São Paulo. “É um investimento pequeno que pode ser pago em oito meses, considerando os preços atuais”.
O grupo Arakaki, com sede em São Paulo, está tentando conseguir financiamento para construir uma fábrica de açúcar em sua usina, que atualmente utiliza seus 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar apenas para a produção de etanol. A FLim Participações, joint venture administrada pela Indonesian Salim Group e por sua sócia local JF Citrus, planeja construir uma fábrica de açúcar na planta de etanol que adquiriu no início deste ano da Archer Daniels Midland em Minas Gerais. Quando a fábrica estiver pronta, toda a cana-de-açúcar disponibilizada para a planta será usada para a produção de açúcar — a empresa espera produzir até 120.000 toneladas em 2017, disse Carlos Eduardo Turqueto Santos, sócio da JF Citrus, por telefone.
Para ter acesso a notícias em tempo real entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.