Por R.T. Watson e Jack Farchy com a colaboração de Mark Burton, Martin Ritchie e Winnie Zhu.
A Vale recebeu ofertas por uma participação na operação de níquel na Nova Caledônia em um momento em que o presidente da companhia, Fábio Schvartsman, revisa ativos com baixo desempenho.
A empresa com sede no Rio de Janeiro busca um parceiro para uma das maiores operações de níquel do mundo para ajudar a financiar investimentos na remota ilha do Pacífico, como uma nova barragem de rejeitos. Conhecido como VNC, o complexo tem passado por dificuldades técnicas.
“Acabamos de receber propostas de interessados”, afirmou a Vale, em resposta a perguntas, por e-mail. “O processo continua.”
Os preços do níquel subiram 38 por cento nos últimos seis meses, maior avanço entre os principais metais, porque os investidores estão mirando commodities que se beneficiarão com a expansão da demanda por baterias recarregáveis para veículos elétricos. Ao promover o VNC, a Vale vinha mirando empresas da cadeia de abastecimento de baterias, como a chinesa Gem, segundo uma pessoa com conhecimento direto do processo.
As negociações com a Gem para a compra de 25 por cento a 30 por cento do VNC estão paralisadas e a Vale pode agora estar procurando vender uma participação menor, possivelmente como parte de um acordo de compra e venda continuada ou pré-venda com uma trading ou usuário final, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque a informação é privada.
Na resposta enviada por e-mail, a Vale não identificou os ofertantes, nem fez comentários quando indagada a respeito das negociações com a Gem. A empresa chinesa não respondeu aos pedidos de comentário.
Apesar de terem avançado neste ano, os preços do níquel ainda estão cerca de 75 por cento abaixo do pico de 2007.
Neste momento em que a Vale se esforça para reduzir uma carga de dívida de US$ 21 bilhões, a diretoria da empresa está revendo seus ativos menos rentáveis. A empresa sinalizou que considerará a possibilidade de fechar o VNC se a busca pelo parceiro falhar, decisão que enfrentaria resistência das autoridades da Nova Caledônia, uma coletividade especial da França.
No ano passado, o VNC produziu um recorde de 34.300 toneladas. O níquel responde por cerca de 90 por cento das exportações da ilha e por um em cada cinco empregos do setor privado, segundo relatório sobre a economia da Nova Caledônia.
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