Vale do Silício perde chance com startups da África: TechCrunch

Por Samuel Gebre.

O Vale do Silício está ignorando a cena das startups da África, desperdiçando a oportunidade de investir na criação de empresas de tecnologia inovadoras no continente, segundo a TechCrunch.

“O Vale do Silício não entende o contexto da África, e nós vemos isso como uma oportunidade de preencher essa lacuna”, disse Edward Desmond, diretor operacional da unidade da Verizon Communications, em entrevista na quarta-feira em Nairóbi, capital do Quênia. “O mundo externo que é muito poderoso não conhece a inovação e as possibilidades disponíveis.”

Estima-se que as startups africanas tenham captado US$ 129 milhões em 2016, de acordo com Disrupt Africa, um portal de informações sobre startups africanas. A China atraiu US$ 31 bilhões em capital de risco no ano passado, e os EUA receberam US$ 69,1 bilhões, segundo o relatório Venture Pulse, da KPMG International.

Desmond estava no Quênia para participar do TechCrunch Battlefield Africa, o primeiro evento de apresentação de startups organizado pela empresa no continente nos dez anos de história do concurso. As competições organizadas pela empresa de propriedade de mídia tecnológica com sede em São Francisco ajudam empresas em estágios iniciais a ganhar exposição e a encontrar financiamento de investidores internacionais.

“Estamos aqui para conectar os caras com dinheiro do mundo todo com as oportunidades daqui”, disse Desmond.

Ex-participantes, como a Dropbox, conseguiram captar US$ 7 bilhões em fundos desde 2007, segundo Desmond.

‘Oportunidades infinitas’

No evento organizado nesta semana pela TechCrunch na África, financiado pelo Facebook, 15 empresas pré-selecionadas entre 700 que buscavam financiamento disputaram o prêmio de US$ 25.000 em dinheiro. A vencedora foi a Lori Systems, que também ganhou a chance de concorrer no Disrupt SF da TechCrunch em São Francisco no ano que vem.

A Lori fornece uma plataforma de tecnologia que conecta donos de caminhões a clientes que precisam de fretes, mais ou menos como o sistema da Uber conecta passageiros a motoristas. O desenvolvimento da logística e da infraestrutura oferece oportunidades “infinitas” para as startups, disse Desmond.

Também existem oportunidades na agricultura e na tecnologia financeira, setores em que a Village Capital realizou 14 investimentos na África Subsaariana. A empresa investiu entre US$ 25.000 e US$ 50.000 em dívida, ações ou dívida conversível, segundo Adebana Ashebir, gerente regional para a África da empresa de capital de risco com sede em Washington.

“O capital local, o capital da diáspora e a seleção de colegas por empreendedores são fundamentais para preencher as lacunas de financiamento”, disse Ashebir em entrevista. “Esses grupos têm que entender o ecossistema, os mercados e os riscos envolvidos.”

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