Venda da Vale Fertilizantes é iminente com disputa da mineradora com dívidas

Por R.T. Watson, Brett Foley e Dinesh Nair

A Vale está próxima de um acordo para vender todo seu negócio de fertilizantes, enquanto a segunda mineradora mais endividada do mundo acelera os esforços para reduzir dívida e permanecer com seus ratings de crédito, disseram pessoas familiares com as negociações.

Um acordo para os ativos de potassa e fosfato provavelmente será alcançado nas próximas semanas, duas pessoas disseram. O segmento de fertilizantes – que inclui minas no Brasil e no Peru e projetos no Canadá e Moçambique – podem alcançar US$ 3 bilhões, uma pessoa com conhecimento do assunto afirmou.

A produtora de fertilizantes norte-americana Mosaic está em discussões para comprar as operações e está sendo aconselhada pelo JPMorgan, uma das pessoas afirmou. Outra disse que há dois potenciais compradores, negando-se a identificá-los ou dizer se eles estão se unindo ou perseguindo acordos separados. Nenhum acordo final foi estabelecido e a Vale pode decidir por manter a operação se não chegar à expectativa de preço, disseram as fontes.

O departamento de imprensa da Vale, Mosaic e JPMorgan se recusaram a comentar.
Com preços menores na colheita de nutrientes nesse ano e uma moeda mais forte tolhendo o lucro na unidade de fertilizantes, quanto antes a Vale fechar o negócio melhor, de acordo com o analista da UBS Andreas Bokkenheuser. Se a performance de hoje for anualizada, a empresa valeria apenas US$ 1 bilhão, afirmou Bokkenheuser.

“Eu não acho que será tão baixo”, afirmou. “Mas os custos estão subindo e em 12 meses o Ebitda caiu cerca de 80%. Eu diria que US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões é realista, provavelmente com risco de baixa.”

O valor presente líquido do Jefferies estima que os ativos da fertilizantes valem um “muito conservador” US$ 1 bilhão, disse o analista Christopher LaFemina em resposta por e-mail. Mas se a Vale alcançar mais de US$ 2 bilhões não será uma surpresa, com base nos prêmios pagos em outras vendas de ativos, como as operações de nióbio e fosfato da Anglo American no Brasil, disse LaFemina.

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