Venda de moedas latino-americanas é oportunidade única, diz o Société Générale

Por Maria Levitov.

Os investidores deveriam apostar contra as moedas do Brasil, do México e do Chile, que poderiam chegar a se desvalorizar até 10 por cento nas próximas semanas, pois o agravamento das condições econômicas está piorando os riscos derivados de um aumento nas taxas de juros dos EUA, disse o Société Générale SA.

“No contexto atual, as moedas latino-americanas estão no olho do furacão”, disseram os analistas Dev Ashish e Bernd Berg em um relatório publicado nesta terça-feira. “A venda a descoberto de moedas latino-americanas é uma operação única nesta conjuntura”.

A economia do Brasil poderia se contrair 1,6 por cento neste ano, e o México e o Chile talvez registrem um crescimento inferior às suas tendências, disseram os analistas. O equilíbrio fiscal e de contas-correntes desses países também estão piorando por causa da queda dos preços das commodities.

Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) publicará um comunicado no qual os responsáveis pela política econômica poderiam insinuar que haverá um aumento das taxas de juros em setembro. Taxas mais altas poderiam tornar os ativos em dólares mais atraentes, levando os investidores a venderem outras moedas.

O real brasileiro será vendido a 3,60 por dólar no terceiro trimestre e no mesmo patamar no quarto trimestre, segundo o Société Générale. O banco projeta que o peso mexicano ficará a 17 por dólar e 16,25 por dólar no mesmo período. O peso chileno será vendido a 700 por dólar e 690 por dólar, respectivamente, disse o Société Générale. As previsões representam declínios de pelo menos 4,4 por cento para cada moeda por volta do fim do terceiro trimestre.

Um indicador das 20 moedas de mercados emergentes mais negociadas permaneceu quase inalterado nesta terça-feira depois de quatro dias de perdas.

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