Por Bloomberg News.
As vendas de títulos corporativos da China registraram a maior queda em quase cinco anos no segundo trimestre após o aumento dos calotes e o Industrial Bank estima que o difícil ambiente de mercado irá continuar.
As empresas do país venderam 1,85 trilhão de yuans (US$ 278 bilhões) em títulos onshore, uma queda de 30 por cento em relação aos três meses anteriores, segundo dados compilados pela Bloomberg. Foi o declínio mais agudo na comparação trimestre a trimestre desde setembro de 2011. A emissão ainda é mais de duas vezes maior que o nível de quatro anos antes após uma rápida expansão nos últimos trimestres.
Pelo menos 11 empresas locais deram calote em seus títulos neste ano, mais do que o total de 2015 e isso mina a demanda dos investidores por títulos de dívida em um momento em que o premiê Li Keqiang está intensificando os esforços para reduzir o excesso de capacidade nos setores corporativos. Pelo menos 188 empresas cancelaram ou adiaram 210,5 bilhões de yuans em vendas de notas desde 31 de março depois que os juros subiram em meio à queda do mercado em abril.
“No segundo semestre do ano ficará cada vez mais difícil vender títulos no mercado primário”, disse Lin Shu, vice-presidente de sedes financeiras corporativas do Industrial Bank em Pequim. “O governo avançará com a reforma pelo lado da oferta e os riscos de calote aumentarão com uma redução mais rápida da capacidade excedente”.
O Industrial Bank, que tem sede na província de Fujian, no sul do país, subscreveu 228 bilhões de yuans em títulos regulados pelo banco central no primeiro semestre do ano, ficando em terceiro lugar entre todos os subscritores.
Evitar riscos
“Esperamos que os órgãos reguladores possam aumentar o apoio para evitar qualquer risco financeiro sistêmico ou regional”, disse Lin. O prêmio de rendimento dos títulos corporativos de três anos de classificação AA- sobre notas soberanas de vencimento similar aumentou 16 pontos-base neste ano, para 328 pontos-base, segundo dados compilados pela Chinabond. O prêmio encolheu 10 pontos-base no mês passado, sugerindo uma certa recuperação da confiança do investidor.
Lin disse que, a longo prazo, está otimista em relação à perspectiva para o mercado de títulos da China. Ele projeta que as notas em circulação poderão se expandir em mais de 50 trilhões de yuans nos próximos cinco anos. O montante era de 50,3 trilhões de yuans no fim de maio, segundo a Chinabond.
“As vendas de títulos se transformarão em um importante canal de financiamento para as empresas chinesas”, disse Lin. “Mas os subscritores enfrentarão sérios desafios enquanto a economia estiver no atual ciclo descendente”.
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