Por Lucia Kassai com a colaboração de Katia Porzecanski.
As exportações de petróleo da Venezuela, que são sua principal fonte de renda, diminuíram 24 por cento na primeira quinzena de agosto, intensificando temores de que o país não conseguirá pagar US$ 3,53 bilhões em dívidas que estão perto do vencimento.
Foram embarcados 1,27 milhão de barris diários entre os dias 1º e 15 de agosto, ante 1,68 milhão no mesmo período do ano passado, de acordo com dados de alfândega dos EUA e de monitoramento de navios que são compilados pela Bloomberg. Juntos, os embarques a partir do Porto José, do Porto La Cruz e da plataforma em alto-mar FSO Nabarima são responsáveis por mais de 65 por cento das exportações de petróleo do país.
A Venezuela é dona da maior reserva de petróleo do mundo e produz um quinto do que produzem os EUA ou a Arábia Saudita. Estatizações e pagamentos atrasados reduziram os investimentos e os trabalhos de manutenção nos campos do país. Em julho, a produção desabou para o menor nível em 14 anos e há evidências de que pode diminuir ainda mais, disse Russ Dallen, sócio-gerente da Caracas Capital Markets.
“A máquina toda está caindo aos pedaços”, ele disse. “Isso cria mais incerteza em relação à capacidade de realização de pagamentos pesados de dívidas em outubro e novembro.”
O governo e a estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) precisam pagar US$ 3,53 bilhões em principal e juros nos meses de outubro e novembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
As exportações petrolíferas são a maior fonte de renda do país depois que a gigante russa de petróleo Rosneft PJSC — que foi a entidade mais ativa na concessão de empréstimos à PDVSA nos últimos três anos — indicou que não pretende emprestar mais nada. A Rosneft liberou para a PDVSA cerca de US$ 6 bilhões desde 2014 em troca de petróleo e refinados.
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