Veterano do Credit Suisse vê fim de grandes oscilações cambiais

Por Netty Idayu Ismail.

Compre libra. Segure o iene. Pegue seus lucros com o rublo.

Estas são algumas das visões do conselheiro sênior do Credit Suisse, Robert Parker, que deu entrevista por telefone nesta semana, de Londres. Ele entrou no banco em 1982 e chegou ao posto de vice-presidente do conselho da divisão de gestão de ativos da instituição.

Parker disse que as maiores oscilações cambiais praticamente acabaram porque as eleições na Europa e o provável recuo dos mercados de ações internacionais deixarão os investidores cautelosos na hora de colocar dinheiro em investimentos de maior risco.

“Boa parte das oscilações mais fortes já ocorreu”, disse ele. “A volatilidade do mercado de câmbio, que diminuiu, provavelmente continuará muito baixa.” Ele sugeriu que os investidores precisarão ter cautela em relação aos riscos nos próximos três meses.

Os comentários do conselheiro de investimentos surgem em um momento de queda do indicador de oscilações nos mercados internacionais de câmbio, nesta semana, que continua perto do patamar mais baixo em três meses. A euforia em torno da prometida agenda pró-crescimento do presidente dos EUA, Donald Trump, segue seu caminho e há espaço para decepção com as políticas dele, disse Parker.

A seguir, uma seleção de suas posições em relação a diversas moedas:

Iene

– “Nesses níveis, apesar dos diferenciais de taxas de juros, eu certamente não desejaria vender o iene. Faz sentido manter uma pequena posição comprada.”

– O iene deverá se valorizar se os mercados de ações internacionais caírem, porque o superávit em conta-corrente do Japão atrairá os investidores que buscam refúgio para a turbulência do mercado.

– Existe uma probabilidade maior de a moeda japonesa ganhar força em direção a 110 ienes por dólar em vez de se desvalorizar para menos de 115, mesmo que o Federal Reserve eleve as taxas de juros.

Euro

– “Nos próximos três meses, eu desejaria manter uma posição comprada para o dólar em relação ao euro.”

– O euro provavelmente será negociado entre a paridade com o dólar e US$ 1,10 pelo menos nos próximos seis meses, em meio às preocupações em torno das negociações da dívida da Grécia, bem como das eleições na França, na Holanda e possivelmente na Itália neste ano, com líderes populistas concorrendo com plataformas antieuropeias.

Libra

– “A libra agora está mais sensível às boas notícias no tocante à valorização e menos sensível às notícias ruins no que diz respeito à desvalorização. Adotar uma posição comprada para a libra com esses níveis é uma aposta muito segura.”

– A libra deverá se recuperar para US$ 1,30 até o fim de setembro depois de atingir o valor mais baixo em 31 anos em 2016 após o referendo do Brexit.

Mercados emergentes

– O peso mexicano deverá se estabilizar em torno de 19 por dólar após atingir uma mínima recorde devido à vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA.

– A valorização do real, no Brasil, e do rublo, na Rússia, parece ter ido longe demais e é hora de recolher alguns lucros.

– As autoridades da China provavelmente manterão o yuan estável nos próximos três meses para evitar que o país seja classificado como manipulador cambial pelo governo Trump, embora a moeda tenha previsão de desvalorização a longo prazo.

– A maior parte das demais oscilações importantes na Ásia “provavelmente já terminou”.

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