Por Alex Webb.
A 1,5 quilômetro de distância de onde o Google produz os mapas usados por pessoas de todo o mundo, uma startup formada por 25 pessoas está tentando produzir algo similar, mas para robôs.
A DeepMap, fundada por veteranos da divisão de mapas da Alphabet, está construindo sistemas que permitem que os carros autônomos transitem em condições urbanas complexas. A DeepMap planeja licenciar seu software de construção de mapas a fabricantes de veículos e empresas de tecnologia que buscam ensinar os carros a dirigir.
A empresa recentemente conseguiu um financiamento de US$ 25 milhões em uma rodada liderada pela Accel. Na busca por garantir o investimento, a firma preparou um informe técnico de 80 páginas sobre a tecnologia da DeepMap.
Os investidores estão ansiosos para conseguir uma fatia dos carros autônomos após grandes transações com startups, como a aquisição da Cruise Automation pela General Motors e da Otto pela Uber Technologies. Mas os estreantes enfrentam uma concorrência considerável, tanto em termos de tecnologia de direção autônoma quanto de mapas. Além das gigantes do Vale do Silício Alphabet, Apple e Uber, a empresa TomTom, de Amsterdã, está construindo seus próprios mapas 3D, assim como a HERE, um projeto de propriedade conjunta de várias gigantes do setor automotivo e da Intel.
Martin Casado, o sócio da Andreessen Horowitz que comandou o investimento na DeepMap, afirmou que as startups são capazes de competir com empresas muito maiores porque seus negócios têm menos conflitos. Isso permite que trabalhem com praticamente qualquer um e se concentrem no software, que normalmente tem margens de lucro mais elevadas. “A DeepMap não está vinculada a uma aplicação particular, como o transporte compartilhado, e também não está vinculada a uma empresa em particular”, disse Casado.
A DeepMap combina imagens de câmeras digitais com dados coletados por meio de um dispositivo laser conhecido como lidar para construir mapas detalhados em 3D. A empresa consegue identificar placas de trânsito, outdoors e a altura de uma calçada. Os mapas 3D complementam os sensores dando aos carros uma percepção detalhada do ambiente que está fora da visão do carro. James Wu, que criou a empresa com seu ex-colega de Google Maps Mark Wheeler, disse que espera conseguir três clientes até o fim do ano, gerando até US$ 10 milhões em receitas.
“Ter o mapa nos permite estabelecer as regras do mundo para o robô”, disse Wu. “É muito fácil fabricar um protótipo de veículo capaz de tomar algumas decisões no espaço de algumas quadras, mas é mais difícil quando você sai para o mundo.”
A diáspora de empreendedores do ramo de direção autônoma do Google se espalhou por todo o Vale do Silício. O fundador do Google X, Sebastian Thrun, acaba de criar uma startup de carros autônomos derivada de sua empresa de aprendizagem on-line Udacity. Os engenheiros Chris Urmson e Bryan Salesky criaram empresas chamadas Aurora Innovation e Argo AI, respectivamente. Outro engenheiro, Anthony Levandowski, ocupa posição central em uma amarga batalha judicial entre seu antigo empregador, a Alphabet, e a Uber. Ele é acusado de ter roubado propriedade intelectual da empresa de pesquisas on-line quando saiu para montar sua startup, a Otto.
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