Vivo pode incluir aquisições em plano expansão de fibra, diz CEO

Por Scott Moritz e Fabiola Moura.

A Telefônica Brasil está aberta a aquisições de redes de fibra ótica como parte de seu plano agressivo de expansão para os próximos três anos, disse o presidente da companhia, Eduardo Navarro.

“Veremos quando é melhor comprar ou construir fibra”, disse Navarro em uma entrevista em Nova York. Ele disse que consideraria a aquisição de ativos como a rede de fibra ótica da Cemig.

A Telefônica Brasil, que opera sob a marca Vivo, anunciou ontem que planeja investir R$ 24 bilhões no período 2018-2020 e destacou R$ 2,5 bilhões para investir especificamente em redes de fibra ótica.

A empresa sediada em São Paulo também quer economizar R$ 1,2 bilhão no período de três anos através da digitalização, que envolve aspectos como passar de documentos em papel para dados eletrônicos. Esses e outros esforços ajudarão a reduzir as despesas e a aumentar a margem operacional para 20% da receita em 2020, ante 15% hoje, disse Navarro.

A Cemig quer vender seu braço de fibra ótica em um acordo que pode variar de R$ 300 milhões a R$ 500 milhões, informou a Reuters no início deste mês.

Os planos de expansão de investimentos da Vivo foram anunciados alguns dias depois que a empresa disse que queria renegociar um acordo em que teria que trocar R$ 3,2 bilhões em multas impostas pela Anatel por R$ 5,4 bilhões em investimentos.

O negócio, fechado em 2016, estava sendo analisado pelo TCU. O longo período entre o fechamento do negócio e sua implementação potencial fez com que multas de R$ 700 milhões expirassem, o que significa que não poderiam ser parte do contrato.

As multas bilionárias foram acumuladas principalmente devido a obrigações não cumpridas relacionadas a linhas telefônicas fixas.

Como detentora de uma concessão, a Vivo precisa cumprir regras rígidas em linhas fixas que se originaram na privatização do setor, no final da década de 1980, como a manutenção de várias centenas de orelhões funcionando, apesar do baixo uso em uma época em que os telefones celulares são onipresentes.

Os executivos da Vivo vão se encontrar com representantes da Anatel na sexta-feira para discutir a possibilidade de um novo acordo sobre as multas, disse Navarro. “As portas não estão fechadas com a Anatel. Estamos abertos a conversar”, disse ele. “Estamos procurando algo menor e mais simples”.

A Anatel disse em um comunicado de 9 de março que o prazo para negociar um novo acordo acabou.

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