Por Peter Coy.
No fim das contas, o dinheiro fala mais alto.
Se tivesse a possibilidade de escolher, a maioria dos trabalhadores não estaria interessada em ter a flexibilidade de definir seu próprio horário de trabalho ganhando menos, aponta um novo estudo.
Esta foi “a primeira e surpreendente descoberta” de um experimento no qual vários acordos de trabalho e remuneração foram oferecidos aleatoriamente a pessoas que se candidataram a empregos em um call center dos EUA, segundo os pesquisadores, os economistas Alexandre Mas, da Universidade de Princeton, e Amanda Pallais, da Universidade de Harvard.
“A grande maioria dos trabalhadores não valoriza a flexibilidade de horário: seja a capacidade de estabelecer seus próprios dias e horários de trabalho com um número fixo de horas, seja a capacidade de escolher o número de horas que trabalham”, descobriram os economistas. Eles disseram que suas conclusões contrariam a percepção popular de que muitos trabalhadores dão importância aos horários flexíveis, citando uma reportagem da New York Times Magazine.
Entre os cerca de 7.000 candidatos a empregos cujas preferências foram estudadas, a capacidade de trabalhar de casa foi a mais popular. Os trabalhadores mostraram disposição para aceitar salários 8 por cento menores, em média, para trabalharem de casa, apontou o estudo.
No outro extremo, os trabalhadores se mostraram bastante contrários a dar aos empregadores o direito de modificarem seus horários de trabalho. “O candidato médio está disposto a aceitar um corte salarial de 20 por cento para evitar esses empregos e quase 40 por cento dos candidatos não aceitariam esses empregos, mesmo se pagassem 25 por cento a mais do que um emprego para trabalhar de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas”, escreveram em um estudo publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA.
“A repulsa por empregos em que o empregador define os horários se deve à aversão ao trabalho em horários fora do padrão e não à imprevisibilidade dos horários”, escrevem os autores.
Não surpreende que as mulheres, especialmente as que têm filhos pequenos, estejam mais dispostas a aceitar salários inferiores para trabalhar de casa e evitar que o empregador dirija seus horários.
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