Por Sid Verma.
Os mercados emergentes enfrentarão a alta dos juros nas economias desenvolvidas, mas contam com um fator pouco reconhecido de absorção de choques.
A volatilidade média da inflação nos países emergentes vem caindo gradualmente nas últimas duas décadas e agora se encontra no menor nível histórico de 1,5 por cento. Trata-se de uma grande mudança para emissores soberanos e corporativos, ao diminuir o prêmio que os investidores exigem para deter títulos em moeda local devido à maior estabilidade dos preços, de acordo com o HSBC Holdings.
Em junho, a inflação nos mercados emergentes atingiu o menor patamar em oito anos por causa da queda de preços da energia. Seus mercados de dívida também estão com baixa volatilidade. Isso deve reduzir permanentemente o prêmio de risco de inflação para os títulos nominais e ajudar as nações emergentes a lidar com o aperto da política monetária nos EUA e Europa, na avaliação do HSBC.
“O regime de metas de inflação, por definição, contribuiu para o declínio no nível e na volatilidade da inflação, tendo se tornado um objetivo primário da política governamental. A globalização do comércio e a maior mobilidade da mão de obra tiveram efeito similar sobre o nível e a volatilidade da inflação via maior concorrência de produtos e custos trabalhistas menores”, disse Radoslaw Bodys, estrategista de juros de mercados emergentes da instituição.
Além disso, as taxas de crescimento potencial mais baixas nos mercados emergentes e o fato de governos mais favoráveis ao mercado serem menos inclinados a administrar os preços de bens e serviços – frequentemente desencadeando reajustes abruptos – também contribuíram para a queda, segundo Bodys.
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