Zinco atinge menor nível em um ano por temor a oferta excessiva

Por Mark Burton

O zinco atingiu o menor patamar em um ano em Londres em um momento em que os investidores avaliam o risco de que o mercado comece a se desviar para um excesso de oferta com o início da operação de novas minas e a queda da produção siderúrgica na China.

Os preços do metal usado na galvanização do aço e na fabricação de ligas caíram 2,6 por cento na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês), para US$ 2.635 por tonelada. O zinco caiu por quatro semanas seguidas, recuando 27 por cento em relação ao pico de fevereiro. O último declínio coincidiu com o abrandamento da curva de preço antecipado na LME, um sinal de que a demanda à vista está perdendo força.

Os contratos à vista do zinco fecharam com um prêmio de US$ 11 para contratos futuros de três meses na segunda-feira, contra uma diferença de US$ 59,50 observada em junho. A queda do diferencial, que sugere a disponibilização de mais metal à vista, dará confiança aos investidores pessimistas que buscam sinais de que os anos de crise de oferta estejam chegando ao fim.

“A redução do diferencial para três meses recuperará parte da confiança para os vendedores a descoberto”, disse Oliver Nugent, estrategista de commodities do ING Bank, por telefone, de Amsterdã. “As preocupações macro que temos observado nas últimas semanas afetaram o zinco muito mais do que todo o resto e surgiu o consenso de que o otimismo acabou.”

A verdade é que a oferta nova das minas que estão acelerando a produção na Austrália e na África do Sul só chegará ao mercado no fim deste ano e os compradores à vista podem enfrentar aperto novamente em breve se forem encomendados grandes volumes de metal da rede de armazéns da LME, disse Nugent.
A possível queda na produção de aço no fim do ano na China amplia os problemas do zinco em um momento em que o governo dobra os esforços para limitar a poluição no inverno. Mais da metade da capacidade de fabricação de aço do país estará sujeita a controles ambientais neste ano, contra cerca de um terço durante a campanha do ano passado, segundo analistas da Wood Mackenzie.

O enfraquecimento das perspectivas para os fundamentos ampliou os temores de que a guerra comercial nascente entre EUA e China venha a afetar a demanda por metais industriais. Diante desse cenário, todos os metais caíram na LME neste ano com exceção do níquel. O zinco apresentou o pior desempenho, uma queda de 21 por cento.

Outros metais de base, incluindo cobre e alumínio, voltaram a cair nesta terça-feira, retornando para as mínimas atingidas na semana passada, enquanto os investidores venderam fortemente commodities industriais devido à expectativa de que as tarifas comerciais venham a derrubar a produção. Agora, a atenção está se voltando à perspectiva para a demanda doméstica na China, enquanto o governo busca conter a emissão de crédito, segundo Carsten Menke, analista de commodities do Julius Baer.

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