Bolsonaro recua na PGR, não na Receita

Por Fernando Travaglini.

Jair Bolsonaro decide adiar decisão sobre PGR, em meio a críticas de nomes de sua preferência, diz a Folha. Receita também mostra resistência às pressões vindas do Planalto após troca de comando e novas críticas do presidente.

PGR congelado

Jair Bolsonaro avalia deixar o anúncio para o final de setembro, após a saída da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, diz a Folha. Presidente teria ainda reclamado de movimentos para emplacar nomes. No caso de o presidente atrasar sua indicação, quem assumiria de forma interina é o subprocurador-geral Alcides Martins. Descrito como um homem de perfil conservador, ligado à Igreja Católica e à comunidade portuguesa, Martins se tornou mais palatável para o governo em uma eventual interinidade na PGR.

Nova crítica

O presidente voltou a defender mudanças na estrutura na Receita, em jantar no Alvorada com ministros do TCU e a cúpula do governo, diz o Estado, citando o relato de dois participantes do encontro não identificados. Bolsonaro teria reclamado que a Receita está fazendo uma devassa na vida dele e de familiares, diz o jornal. A pressão por mudanças no órgão também partiria de integrantes do TCU e do STF, segundo a reportagem.

Crise na Receita

A cúpula da Receita Federal decidiu permanecer nos cargos mesmo com a substituição do número dois do órgão, em meio à tensão crescente da equipe com o secretário Marcos Cintra, diz a Folha. A saída em massa de seis subsecretários e três coordenadores gerais chegou a ser articulada como protesto contra as interferências do Planalto, mas a avaliação da equipe foi que a medida só atenderia os interessados na ampla substituição de dirigentes da instituição, segundo o jornal.

Nomes mantidos

O novo subsecretário-geral da Receita, José de Assis Ferraz Neto, disse a colegas que não aceita trocar o comando do órgão no Rio, como demanda o presidente Bolsonaro, segundo o Painel da Folha. Prometeu ainda manter a intenção de investigar autoridades em processo suspenso pelo STF, diz a coluna.

Pacto federativo

Paulo Guedes ficou reunido por quatro horas com mais de 50 senadores para fechar agenda do pacto federativo, disse na noite de ontem o presidente do senado, Davi Alcolumbre. Serão votadas 4 emendas à Constituição e mais dois projetos sobre o tema, tratando ainda da questão de fundos constitucionais e repasses e compensações para Estados e municípios, disse ele. MP da liberdade econômica será votada nesta quarta-feira, disse Alcolumbre. Senado deve votar semana que vem o projeto da cessão onerosa, disse o presidente da Casa.

Privatizações

Paulo Guedes diz que anunciará hoje 17 estatais que serão privatizadas. “Para o ano que vem tem mais. E nós achamos que vamos surpreender”, disse ontem em evento em SP. “Tem gente grande aí que acha que não vai ser privatizada e vai entrar na faca”, segundo o ministro. O site Poder360 traz a lista que deve ser divulgada: Eletrobras, Correios, Telebras, Casa da Moeda, Emgea, ABGF, Serpro, Dataprev, Ceagesp, Ceasaminas, CBTU, Trensurb, Codesa, EBC, Ceitec, Lotex e Codesp.

Autonomia do BC

Rodrigo Maia afirmou ontem que há espaço bom para debater e aprovar aautomomia do Banco Central, em evento em SP. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de encontro temático com parlamentares nesta manhã, às 8:30. Ontem ele já teve encontro com Maia. O presidente da Câmara afirmou ainda que há ambiente para aprovar a reforma tributária e que os problemas serão as questões regionais. Guedes e Campos Neto têm reunião com líderes dos partidos na Câmara e com o presidente Maia às 9:30 para tratar de projeto de lei da Eletrobras.

DEM e PSDB juntos

Mais cedo, ao lado do governador de São Paulo, João Doria, Maia disse que o DEM e o PSDB estarão juntos nas eleições municipais de 2020 e nacionais de 2022 e que, no futuro, ambos podem ser tornar inclusive um único partido com o fim das coligações, segundo o Valor. O presidente da Câmara tenta construir um acordo para mudança do sistema político já para a eleição municipal do próximo ano por meio de proposta articulada pelo presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força, segundo o Valor.

Fundo eleitoral

O projeto, que atualiza a lei do fundo eleitoral, para garantir a destinação de R$ 3,7 bilhões em 2020, entre outras medidas, deve ficar para a próxima semana, diz o Valor. Uma mudança sugerida por deputados do PSB e PDT pede a volta da propaganda de 30 segundos na TV. Parlamentares avaliam que modelo favoreceu apenas aqueles mais fortes nas redes sociais e tirou espaço dos que atuam mais ao centro e não reúnem tantos seguidores quanto os que fazem a polarização nas redes sociais.

Voto secreto preocupa

A preocupação com a eventual reprovação da indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada nos EUA cresceu depois que aliados de Jair Bolsonaro apontaram risco de traição entre senadores, já que o voto é secreto, diz o Painel da Folha.

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