Emergentes prometem recuperação em 2019 com US$ 11 tri em pechinchas

Por Srinivasan Sivabalan.

Primeiro, a má notícia: os lucros das empresas nos países emergentes não estão tão bons quanto os analistas esperavam.

Em quatro de cada cinco economias emergentes, as finanças corporativas ficaram abaixo de estimativas feitas 12 meses antes, de acordo com um estudo que incluiu 25 referências. E isso embora os analistas tenham reduzido suas projeções em 6 por cento desde a máxima atingida em abril.

A boa notícia é que as bolsas em nações em desenvolvimento não são tão arriscadas quanto as bolsas dos EUA e as ações oferecem valor substancial. Graças ao intenso movimento de vendas neste ano, US$ 11 trilhões em ações estão nas cotações mais baratas desde a crise financeira.

Talvez os lucros não sejam suficientes para convencer investidores a voltar para os mercados emergentes, mas papéis baratos e volatilidade menor podem tornar essa classe de ativos boa demais para ser ignorada em 2019.

Esta é a primeira parte de uma série sobre a perspectiva para ativos de mercados emergentes em 2019. Leia a segunda parte sobre títulos e a terceira parte sobre moedas.

Crescimento irregular

As expectativas de lucro estão derretendo. Na Índia, talvez a economia emergente favorita dos gestores globais de recursos, os lucros estão quase 15 por cento abaixo do estimado. Na China, segunda maior economia do mundo, a diferença chega a 17 por cento. Em seis outros países, incluindo Coreia do Sul e México, a decepção passa de 20 por cento.

Há quem tenha superado expectativas, mas são países que costumam ser alvo de cautela por parte dos analistas, como Rússia e Argentina, porque problemas incessantes dificultam as previsões.

Como chegamos aos dados: Este ranking se baseia na diferença percentual entre as estimativas para o lucro por ação nos 12 meses anteriores e estimativas feitas 12 meses antes e contidas no Bloomberg.

Risco não tão grande

De acordo com uma métrica de retorno ajustado pelo risco que exclui a volatilidade histórica dos preços-alvos dos analistas, 12 mercados emergentes proporcionarão retorno superior ao dos EUA nos próximos 12 meses.

  • Dubai desponta como mercado acionário menos arriscado nos próximos 12 meses. As métricas também são otimistas para México e Nigéria. Os três ficaram no fim da fila em termos de desempenho neste ano.

A volatilidade nas bolsas emergentes aumentou neste ano, mas ainda é um terço do que se observava no fim da crise financeira, uma década atrás. Portanto, qualquer ganho em 2019 será gerado com menos risco, fortalecendo o argumento de alguns gestores de recursos que os mercados emergentes estão amadurecendo.

Como chegamos aos dados: A Bloomberg calculou a diferença entre o preço-alvo médio em 12 meses dos analistas e a última cotação desse indicador, dividida pela volatilidade histórica em 260 dias.

Barato até que ponto?

Entre 30 países emergentes, 16 são negociados com um desvio padrão acima da média de 10 anos. Ou seja, as companhias estão extraindo mais lucro por dólar do preço da ação. O retorno na Argentina está quase três desvios padrão acima do normal, o melhor valor pelo dinheiro em todo o universo emergente.

  • As melhores escolhas para quem busca valor estão na América Latina, Leste Europeu e ao redor da China.
  • Outros mercados da Ásia e Oriente Médio são negociados perto do retorno histórico e parecem caros.

Como chegamos aos dados: 100(lucro por ação estimado no Bloomberg)/última cotação. Em vez de números absolutos, a Bloomberg News usou desvio padrão.

O MSCI Emerging Markets Index teve o melhor novembro desde 2009 e o maior avanço em dois dias em um período de um mês.

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